Em dez dias, brasileiros voltam às urnas para o segundo turno das eleições. E, com isso, acaba o período conhecido como “defeso” – quando emendas parlamentares não podem ser liberadas. Essa proximidade aumenta a pressão segundo a Globo News sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que as duas casas cheguem a um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o pagamento das verbas, por falta de transparência.
O encontro acontece em meio ao impasse entre Congresso e Palácio do Planalto envolvendo as regras de execução das emendas parlamentares.
A reunião de Lira e Pacheco durou cerca de uma hora e foi realizada na residência oficial do Senado.
O presidente da Câmara indicou a interlocutores nos últimos dias um incômodo com a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, que manteve as emendas parlamentares bloqueadas. Indicou que procuraria Pacheco nesta quarta para buscar uma solução para o impasse.
As sugestões apresentadas pela cúpula do Congresso, até o momento, não foram aceitas pelo Planalto, o que inviabilizou um acordo. Os principais impasses envolvem as emendas Pix e as emendas de comissão.
Outro ponto de atenção envolvendo as duas Casas do Congresso Nacional é a tramitação do projeto de regulamentação da reforma tributária. Como mostrou o Broadcast Político, Lira só pautará a conclusão do segundo projeto de regulamentação da reforma tributária após o Senado votar a primeira proposta, diante do incômodo com o que ele considera demora dos senadores em apreciar o texto enviado pelos deputados em julho.
Em conversas reservadas, Lira tem dito que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comprometeu-se a votar em novembro na Casa o primeiro projeto da tributária e enviá-lo de volta à Câmara, com alterações.
A promessa do senador, segundo o entorno do deputado, foi feita em Nova York, durante a 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. Os dois parlamentares viajaram para o evento junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O relator da regulamentação da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), adiou a apresentação de seu cronograma, o que ocorreria nesta quarta. Mesmo assim, segundo interlocutores do emedebista, o calendário acertado com Pacheco está mantido. Os dois estimam que a proposta seja votada, no mais tardar, na primeira semana de dezembro no Senado.