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O presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro: polarização na eleição municipal - Foto: Ricardo Stuckert/PR - Dado Galdieri/Bloomberg/Reprodução
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terça-feira 15 de outubro de 2024 às 13:00h

As prioridades de Lula para salvar a honra do governo no segundo turno

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Desde o início da campanha, a prioridade do presidente Lula da Silva (PT) é segundo Daniel Pereira, da Veja, trabalhar pela vitória do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na disputa pela prefeitura de São Paulo, a maior cidade do país. Não será fácil. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (10) Boulos tem 33% de intenções de voto nas projeções do segundo turno, enquanto Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, marca 55%. É a maior diferença entre dois postulantes, na largada para o turno final, desde 2000.

Se fracassar na missão, Lula provavelmente alegará que a derrota, apesar de dolorida, não representa uma vitória de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente apoia Nunes, mas de forma tímida e até sabotou a candidatura do emedebista ao fazer acenos a Pablo Marçal (PRTB). O próprio Nunes faz campanha sem explorar a relação com o capitão, que tem alta rejeição entre os paulistanos, preferindo destacar os feitos de sua gestão.

Uma eventual vitória do prefeito será creditada mais ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) do que a Bolsonaro, mas, sem dúvida, representará um tremendo revés para Lula, cujo grupo político, a esquerda, fracassou no primeiro turno.

Chance de uma pequena redenção

Ao analisar os resultados do primeiro turno, o presidente e seus ministros mais próximos circunscreveram as derrotas ao PT e alegaram que partidos da aliança governista no plano federal derrotaram candidatos da extrema direita, como Alexandre Ramagem no Rio de Janeiro e Gilson Machado no Recife, ambos apadrinhados por Bolsonaro.

Houve até uma tentativa pública de comemoração. “Nós estamos confiantes de que existem vitórias simbólicas importantes de uma frente ampla apoiada pelo presidente Lula contra candidaturas da extrema direita, que tenta perverter o processo democrático brasileiro”, declarou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

No segundo turno, o presidente tentará colher mais alguns gols de honra. Além de São Paulo, ele quer empenho total dos aliados para que candidatos do Palácio do Planalto vençam seus adversários em quatro capitais, nas quais disputarão contra nomes da cota pessoal de Bolsonaro. Esses embates diretos ocorrerão em Belo Horizonte, Belém, Fortaleza e Cuiabá. “Se ganharmos nessas quatros, o saldo melhorará bastante para o governo”, diz um ministro.

Esforços nesse sentido já estão sendo empregados. Desde sexta-feira, Lula visitou Fortaleza e Belém. Ele também fará eventos do governo em Porto Alegre, onde a deputada Maria do Rosário tenta impedir a reeleição de Sebastião Melo (MDB). Lula pretende ainda reservar dois fins de semana para a campanha de Boulos e participar de atos de campanha em Natal e Olinda. Cogita ainda, se a agenda permitir, dar um empurrãozinho às candidaturas de aliados em Anápolis e Cuiabá.

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