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terça-feira 8 de outubro de 2024 às 19:59h

Furacão Milton: o que se sabe da ‘pior tempestade em 100 anos’ nos EUA

MUNDO, NOTÍCIAS


O furacão Milton pode ser o pior dos últimos cem anos nos Estados Unidos, alertou o presidente Joe Biden em um pronunciamento oficial.

Biden pediu que moradores da Flórida que vivem na rota traçada como a mais provável da tempestade deixem suas casas imediatamente.

“É uma questão de vida ou morte”, disse o presidente americano.

Biden informou que os ventos já chegaram a 280 km/h e que a tempestade poderia ser “devastadora” e prolongada.

Milton continua a ser considerado um furacão “extremamente perigoso”, apesar de ter caído da categoria 5 para a 4 nas últimas horas, à medida que avança pelas águas do Golfo do México em direção aos Estados Unidos.

Em seu último relatório, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) informou que o furacão teve ventos máximos sustentados de 240 km/h.

Sua trajetória prevista indica que chegará à costa oeste da Flórida na noite de quarta-feira (9/10) ou na manhã de quinta-feira (10/10), no horário local, segundo o NHC.

O ciclone intensificou-se “explosivamente” em 24 horas, já que na tarde de domingo acabava de atingir a categoria 1.

“Esta é uma situação muito séria e os residentes da Flórida devem seguir de perto as orientações dos funcionários locais de gerenciamento de emergências”, disse o disse o NHC em comunicado na terça-feira (8/10).

“As evacuações e outros preparativos devem ser concluídos hoje (terça-feira). Milton tem potencial para ser um dos piores furacões já registrados no centro oeste da Flórida.”

O NHC alertou que Milton poderia causar uma tempestade com ondas de mais de três metros em algumas áreas da costa.

No oeste da Flórida, agências governamentais estaduais e federais estão realizando uma das maiores evacuações desde o furacão Irma, em 2017.

Mapa mostrando o caminho do furacão

A partir de segunda-feira, os condados da zona de impacto potencial — como Charlotte, Citrus, Hillsborough, Lee, Manatee e Pasco – começaram a emitir ordens de evacuação obrigatória.

Espera-se que Milton enfraqueça ligeiramente na quarta-feira antes de atingir a costa perto de Tampa Bay, embora continue a ser um grande furacão de pelo menos categoria 3.

Os furacões são divididos em cinco categorias com base na velocidade do vento.

De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos, os furacões de categoria 3 ou superiores são considerados furacões de alta intensidade devido ao seu potencial de causar perda de vidas e danos consideráveis.

Gráfico mostra categorias de furacões

A maior evacuação desde 2017

Esta nova emergência ocorre apenas dez dias depois do furacão Helene — o mais mortal nos Estados Unidos desde o Katrina em 2005 — ter atingido o sudeste dos Estados Unidos, causando a morte de pelo menos 225 pessoas.

O chefe da divisão de gestão de emergências da Flórida, Kevin Guthrie, pediu aos residentes que se preparassem para a “maior evacuação que vimos provavelmente desde 2017 com o furacão Irma”.

Os aeroportos de Tampa e Orlando anunciaram que as operações poderão ser suspensas enquanto a emergência passar, por isso pediram aos viajantes que reajustem seus planos esta semana.

Imagens de satélite mostram furacão Milton

O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que estão em cursos medidas para restaurar a energia e limpar estradas após a passagem do Milton.

Ele reforçou que são esperados danos graves quando Milton atingir o Estado.

DeSantis também pediu aos moradores que tenham um plano para uma situação de emergência, alertando para evacuações obrigatórias e voluntárias.

Ele disse que “não está previsto nenhum cenário em que não tenhamos impactos significativos”.

Em Tampa, na terça-feira, havia longas filas em supermercados e postos de gasolina para abastecer antes da chegada do ciclone.

Outros procuravam sacos de areia para proteger as suas casas de possíveis inundações.

A chegada do novo furacão ocorre enquanto o governo federal dos Estados Unidos trabalha nos esforços de limpeza do furacão Helene.

Centenas de estradas nas áreas afetadas permanecem fechadas, dificultando o envio de ajuda às comunidades da Flórida, Geórgia e Carolina do Norte.

Helene atingiu a costa no final de setembro como um furacão de categoria 4, danificando estruturas, causando inundações repentinas e deixando milhões de casas sem energia.

Quais foram as piores tempestades de categoria 5 dos EUA?

Antes da chegada esperada do furacão Milton, um fluxo intenso de veículos se move lentamente por rodovias para o sul da Flórida
Antes da chegada esperada do furacão Milton, um fluxo intenso de veículos se move lentamente por rodovias para o sul da Flórida – Foto: EPA

Um banco de dados da Noaa aponta que pelo menos 40 tempestades no Atlântico atingiram o status de categoria 5 desde 1924, embora apenas quatro tenham realmente atingido a terra com essa força. Aqui estão algumas das mais prejudiciais:

Furacão Camille

O furacão Camille atingiu o Estado do Mississippi em 1969, produzindo uma tempestade de pico de 7,5 metros e destruindo quase tudo ao longo da costa.

Ele matou 259 pessoas, a maioria delas na Virgínia, e causou cerca de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,75 bilhões) em danos.

Furacão Andrew

O furacão Andrew dizimou o sul da Flórida em 1992 com ventos sustentados de até 265 km/h e rajadas de até 280 km/h.

O furacão causou 26 mortes diretamente e foi responsabilizado por dezenas de outras. Depois de causar US$ 30 bilhões (R$ 166 bilhões) em danos, foi considerado o desastre natural mais caro da história dos EUA na época.

Furacão Michael

O furacão Michael atingiu a Flórida em 2018 com ventos de 257 km/h e foi a tempestade mais forte a atingir a Flórida.

Pelo menos 74 mortes foram atribuídas à tempestade — 59 nos EUA e 15 na América Central — e Michael causou cerca de US$ 25,1 bilhões (R$ 138 bilhões) em danos.

Tempestades de categoria inferior

O Milton chega menos de duas semanas depois que o furacão Helene atingiu os Estados Unidos como uma tempestade de categoria 4, matando mais de 200 pessoas e se tornando o furacão mais mortal a atingir o continente americano desde o furacão Katrina, em 2005.

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