A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, repudiou a “onda de terror” instaurada pelo governo do presidente Nicolás Maduro, que prendeu o prefeito de Maracaibo, Rafael Ramírez Colina, e três membros de sua equipe na terça-feira (1º). No X, antigo Twitter, Machado afirmou que “o regime procura quebrar a vontade e dividir o enorme movimento social que se manifestou em 28 de julho (quando o país realizou eleições presidenciais) e que derrotou a tirania”.
“Eles não vão conseguir. Cada prisioneiro e perseguido pertence a todos os venezuelanos e todos lutamos pela sua liberdade”, escreveu ela.
O partido de María Corina, Vamos Venezuela, estima que 154 políticos já foram detidos pelo governo bolivariano, enquanto a ONG Foro Penal calcula que o país soma 1.905 presos políticos. Edmundo González Urrutia, candidato que a oposição diz ter vencido o pleito e que está em asilo na Espanha, exigiu a “libertação imediata de Rafael” e instou a comunidade internacional a “agir agora para aumentar o custo da sua repressão brutal para Maduro”.
Em declarações anteriores, o prefeito de Maracaibo apoiou as alegações de que González era o verdadeiro presidente eleito da Venezuela e demandou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão federal controlado pelo governo de Maduro, apresente os resultados, “tabela por tabela, centro por centro, em ordem” para “dar a confiança que o processo eleitoral precisa”.
Por que a oposição contesta o resultado?
Em 29 de julho, o CNE apontou a reeleição de Maduro com 51% dos votos, contra 44% de González, que substituiu María Corina, vencedora das primárias da oposição, após ser inabilitada pelo regime de Maduro. Em contraste, sondagens de boca de urna e levantamentos independentes sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 65% de apoio, contra apenas 31% do líder bolivariano.
Uma projeção da oposição com base em 80% dos boletins de urna que conseguiram obter mostrou resultado semelhante. O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, por não ter publicado as atas das zonas eleitorais, que reúnem informações de cada centro de votação.