O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmaou segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, que a ONU (Organização das Nações Unidas) deveria tomar “providências mais efetivas, firmes e seguras” em relação ao conflito no Oriente Médio, que escalou nesta semana com o bombardeio de Israel ao Líbano.
“Este conflito está matando milhares de libaneses de um lado, milhares de palestinos de outro, e prejudica também os israelenses”, afirma ele.
“Vi fotos de crianças despedaçadas no Líbano. É desesperador, é horroroso. O mundo tem que dar um fim nisso”, segue o ex-presidente, que é descendente de libaneses —seus pais emigraram da aldeia libanesa Btaaboura para o Brasil no século passado. O ex-presidente mantém forte ligação com o país.
“Quem está levando adiante [a escalada dos conflitos] é o [primeiro-ministro de Israel, Binyamin] Netanyahu, líder do governo de extrema direita de Israel. Para se manter no poder, ele leva adiante essas barbaridades”, diz Temer.
“É preciso distinguir o povo judeu do governo Netanyahu”, afirma ainda o ex-presidente. “Eu estive em Israel, eu vi que a maioria do povo quer acordo e paz. Shimon Peres [ex-presidente do país] queria a paz, [o escritor israelense] Amos Oz queria a paz”, segue.
“É preciso também lembrar o que o Hamas fez em Israel”, afirma, referindo-se ao atentado em que o grupo terrorista matou 1.200 pessoas e fez cerca de 250 reféns. “É inadmissível, é criminoso.”
De acordo com as Forças de Defesa de Israel, 2.000 bombas e mísseis foram lançados por aviões no sul do país vizinho. Autoridades libanesas informaram que 569 pessoas foram mortas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres, e 500 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em 24 horas.
Israel afirma que com isso pretende “acabar com a infraestrutura” do grupo fundamentalista Hezbollah na região, que já lançou dezenas de foguetes na região norte do país judaico, obrigando 60 mil pessoas a deixarem suas casas nos últimos meses.
“Eu vejo tudo isso com uma tristeza absoluta”, afirma Temer. “É doloroso dos dois lados, e isso precisa ter um fim”, diz.