quarta-feira 25 de setembro de 2024
Deolane Bezerra e o filho Giliard — Foto: rep/ instagram
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quarta-feira 25 de setembro de 2024 às 08:54h

‘Mesada’ de R$ 250 mil, R$ 50 mil em grife, joias no pix: valores redondos alertaram sobre contas do ‘clã Bezerra’

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


No inquérito que apura o envolvimento de Deolane Bezerra e sua família no esquema de lavagem de dinheiro de apostas e jogos de azar, chamou atenção da polícia civil de Pernambuco segundo reportagem de Carol Marques, do jornal Extra, foi a quantidade de depósitos arredondados nas contas de Solange Bezerra e também dos filhos de Deolane, e, claramente, acendeu um alerta para que o “clã Bezerra” fosse monitorado.

Em quase todos os depósitos e transferências feitas entre a conta da avó e a do neto, filho caçula da advogada, constam números arredondados, o que para o parâmetros bancários, são, no mínimo, estranhos:

“Atualmente movimentando valores acima de sua capacidade financeira, com alta fragmentação nas contrapartes e rápida evasão de recursos, além de valores frequentemente arredondados na unidade de milhar sem justificativa encontrada para tal: R$15.000,00, R$20.000,00, R$10.000,00, etc”, diz o relatório da COAF inserido na Operação Integration, ao qual o EXTRA teve acesso na íntegra.

O entra e sai das contas de Deolane e de sua empresa, DEOLANE BEZERRA COMERCIO E SERVIÇOS LTDA, também mantinham o mesmo padrão de números arredondados e da ausência de justificativa para remessas tão robustas, como os R$ 250 mil para cada um dos filhos, entre 07/11/2022 e 10/05/2023, bem como R$ 50 mil, que teriam sido gastos numa loja Prada, porém, sem nota fiscal.

Além disso, a polícia também apura algumas remessas para a empresa DIMI JOIAS LTDA, que faz joias personalizadas para muitos famosos, principalmente do funk e trap.

Power Point — Foto: Reprodução
Power Point — Foto: Reprodução

R$ 2 milhões em espécie

A investigação da Polícia Civil de Pernambuco que resultou na prisão de Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, só começou após um deslize de Dayanne Bezerra Santos, a irmã caçula da doutora. Em novembro de 2023, ela tentou sacar R$ 2 milhões, em espécie, para comprar um imóvel em São Paulo.

Dayanne e Deolane Bezerra — Foto: rep/ instagram
Dayanne e Deolane Bezerra — Foto: rep/ instagram

Ela alegou que a negociação teria de ser feita em dinheiro vivo porque o proprietário da casa só aceitava vender em espécie. A reserva para o saque surpreendeu o Conselho de Controle de Atividades Finanças (Coaf), órgão ligado ao Banco Central que apura movimentações suspeitas de lavagem de dinheiro. Foi emitido um alerta para a Diretoria Integrada Metropolitana (DIM), da Polícia Civil, no dia 24 de novembro de 2023, já que a quantia não era compatível com os rendimentos declarados da advogada, de R$ 21 mil mensais.

Dayanne Bezerra ostenta carrão de R$ 3 milhões — Foto: reprodução/ instagram
Dayanne Bezerra ostenta um McLaren Artura avaliado em R$ 3 milhões de R$ 3 milhões — Foto: reprodução/ instagram

O que provocou o alerta

Há dez meses, Dayanne avisou ao banco que estava comprando um imóvel de Deric Elias Costa Silva, de 20 anos, irmão do influenciador Nino Abravanel, de 18. O jovem teria solicitado o valor em dinheiro vivo.

Numa investigação interna, porém, o vendedor não tinha o bem registrado em seu nome. “Em consulta ao ONR (Operador Nacional do Registro Eletrônico de Imóveis) no dia 24/11/2023 às 14:05h, (…) não há nenhum imóvel no Estado de SP, em nome do CPF indicado por Dayanne, que ela forneceu à gerência do banco e quem fez o provisionamento do saque”, diz o relatório.

O vendedor também respondia a um processo na Justiça paulista. Ele e o irmão foram presos este ano acusados de assassinar a tiros um pedreiro que matou o avô deles.

No alerta, o Coaf apontou que Dayanne teria cotas nas empresas Bezerra Comércio de Artigos em Geral Ltda (50%), DSDD Cobranças e Informações Cadastrais Ltda (25%), Bezerra Produções Artísticas Ltda (10%) e Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda (1%).

Há um ano, a conta da qual Dayanne iria sacar o dinheiro tinha recebido, entre abril e setembro, o valor de R$ 6.155.188,24, dos quais 93% foram transferidos via Pix, segundo o relatório. Já os débitos totalizaram R$ 6.125.108,96, sendo 50% aplicação em investimento e 36% movimentação via Pix.

“Chama atenção a movimentação a crédito apresentada não ser possível atestar que a origem dos recursos seja proveniente da atividade comercial, tendo em vista que a maior parte dos valores recebidos são oriundos de empresas de meio de pagamento, onde não é possível identificar o real remetente desses recursos”, diz o documento.

O contrato de compra e venda do imóvel não foi apresentado ao banco por Dayanne, o que tornou a operação ainda mais suspeita. O saque de R$ 2 milhões foi barrado e as contas do clã Bezerra encerradas pelo banco.

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