quarta-feira 25 de setembro de 2024
Racha em família: Ciro e Cid Gomes — Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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quarta-feira 25 de setembro de 2024 às 07:57h

Eleição na cidade dos irmãos Ciro e Cid Gomes tem ex-governadora alvo de ameaças e PDT sem candidato

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A campanha para a prefeitura de Sobral, distante 240 quilômetros de Fortaleza, e berço político do ex-governador Ciro Gomes (PDT) e do senador Cid Gomes (PSB), tem sido marcada segundo reportagem de Lauriberto Pompeu, do O Globo, pela insegurança envolvendo uma das candidaturas. A ex-governadora Izolda Cela (PSB), que concorre ao cargo com o apoio do PT, de Cid e do atual prefeito da cidade, Ivo Gomes (PSB), irmão do ex-presidenciável e do senador, vem enfrentando ameaças. A disputa eleitoral também é a primeira na qual Ciro não toma uma posição na cidade desde quando ele começou sua carreira política.

Um homem chegou a ser preso no início de setembro após ter publicado ameaças de morte à candidata do PSB nas redes sociais. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, ele é suspeito de integrar uma organização criminosa e já tinha passagens na polícia por tráfico de drogas, roubo, furto e crime contra a organização pública.

Além disso, o marido de Izolda, Veveu Arruda (PT), que é ex-prefeito da cidade, foi agredido enquanto participava de um ato de campanha da candidata no último dia 14 de setembro. A Polícia Civil investiga o crime de violência política.

“O debate de ideias e a convivência democrática na diversidade jamais poderão ceder lugar à agressão física por razões políticas. Esse tipo de episódio atenta contra a democracia e deve ser repudiado e exemplarmente coibido nos termos da lei”, disse o PT, que indicou o vice da chapa de Izolda.

Procurados, tanto a candidata como Veveu não se manifestaram.

Izolda foi vice-governadora do Ceará de 2015 a 2022. Ela assumiu o governo do estado após o titular da vaga, o hoje ministro da Educação, Camilo Santana, do PT, sair do cargo em abril de 2022 para concorrer ao Senado. Na época ela estava filiada ao PDT e um grupo do partido e também do PT desejava que ela fosse candidata à sucessão de Camilo. Apesar disso, Ciro Gomes articulou para que o candidato da legenda fosse o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio.

Além do PSB e do PT, Izolda tem o apoio de partidos do Centrão, como Republicanos e PP. Para concorrer ao cargo, ela teve que sair da secretaria-executiva do Ministério da Educação.

Seu único adversário na cidade é o deputado estadual Oscar Rodrigues (União Brasil), que tem o apoio do PL e do MDB. Osmar e seu filho, o deputado federal Moses Rodrigues (União Brasil), são tradicionais adversários do grupo de Cid e Ivo Gomes em Sobral. O último opositor da família Gomes no Ceará a ganhar na cidade foi Ricardo Barreto, eleito em 1992.

Como trunfos na campanha de modo a evitar a vitória de Oscar e manter a hegemonia da família Gomes e aliados, a candidata do PSB em Sobral aposta na parceria com atores políticos relevantes no município e no estado, como o atual prefeito da cidade, o senador Cid Gomes, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e o ministro da Educação.

A ex-secretária do MEC também tem usado o vínculo com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha. Em sua propaganda na televisão, Izolda já usou vídeos em que Lula e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, pedem votos a ela.

Cid Gomes, que também já foi prefeito de Sobral, tem participado mais da campanha da correligionária do que a do candidato do PT em Fortaleza, Evandro Leitão.

Sobre os episódios de violência envolvendo a campanha de seu partido, o senador disse que as ameaças aconteceram em mais de um evento da campanha da candidata do PSB.

– Em dois ou três eventos da campanha da Izolda soltaram fogos de artifício, não perto dela, mas das pessoas que estavam no entorno – descreveu o senador.

O governador do Ceará já determinou que a Polícia Militar reforce a segurança no município.

No começo de setembro, o secretário de Segurança Pública do Ceará, Roberto de Sá, comentou as ameaças envolvendo as campanhas em Sobral e outras cidades cearenses e disse que as forças de segurança do estado agem para evitar que os direitos dos candidatos e eleitores sejam cerceados.

– Eu determinei, reforcei e disse para nossas forças estaduais: independentemente de quem seja a atribuição, chegou a denúncia de crime eleitoral-principalmente nessa fase, que a gente precisa garantir esse pleito justo e livre, garantir o direito de ir e vir de todos, de eleitores e de candidatos. Vamos atuar imediatamente com a Polícia Militar para saturar, reforçar o patrulhamento e prover a segurança das pessoas que estão na campanha.

Além do aumento da violência e da disputa difícil da ex-governadora com o candidato do União Brasil, o que também chama a atenção na eleição na cidade é a ausência de Ciro Gomes.

O PDT não tem candidato a prefeito e não está coligado com nenhuma das duas candidaturas. Além disso, a sigla está sem diretório no município e não lançou sequer um candidato a vereador.

Ciro e Cid romperam após discordarem sobre uma aliança com o PT no Ceará. A decisão de Ciro de se afastar do partido de Lula prevaleceu no PDT e o senador e seus aliados se desfiliaram, quase todos com destino ao PSB, inclusive os ex-pedetistas em Sobral.

Depois da briga entre Ciro e Cid, todos os políticos do PDT com mandato em Sobral, inclusive o prefeito Ivo, irmão dos dois, se filiaram ao PSB.

Rompido com os irmãos senador e prefeito, Ciro evita se posicionar em relação a seu berço político e não declarou apoio nem oposição a Izolda até agora.

Durante um evento em Fortaleza, em março, o ex-governador disse que prefere não comentar sobre o pleito em seu berço político “porque a faca ainda está atravessada aqui, doendo, para a moléstia”.

Presidente nacional interino do PDT e aliado de Ciro no Ceará, o deputado federal André Figueiredo declarou que a legenda vai esperar passar a eleição para montar uma estratégia para voltar a atuar na cidade.

– O PDT foi desmontado em Sobral. Não existe mais sequer comissão provisória, o que nos levou a deixar sob a tutela do Ciro a decisão se montávamos ou não. Resolvemos não montar. Deixa passar a eleição e a gente remonta o PDT lá em Sobral.

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