terça-feira 24 de setembro de 2024
Filho do sambista Batatinha, Luiz Antônio dos Santos Penha apresenta suas obras na Casa do Povo até a próxima sexta-feira Foto: Neuza Costa Menezes/Agência ALBA
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terça-feira 24 de setembro de 2024 às 07:03h

Lucas Batatinha traz sua história para a Assembleia Legislativa da Bahia

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Nascido no Pelourinho, em 2 de junho de 1962, Luiz Antônio dos Santos Penha, um dos nove filhos do renomado sambista baiano Batatinha, inaugurou nesta última segunda-feira (23), no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa, a exposição intitulada “Minha História: Lucas Batatinha”. No dia que marca oficialmente a chegada da Primavera, o artista visual, designer gráfico, estilista de joias e diretor de arte trouxe 10 quadros em acrílico sobre tela que ficarão à mostra até a próxima sexta-feira (27), no Saguão Senador Josaphat Marinho, na entrada principal da Casa do Povo.

As pinturas de Lucas Batatinha retratam indígenas, negros da ancestralidade, estampa figurativa de matriz africana, a fotografia do pai músico, o sol, a lua e a vista para o mar, elementos que marcaram sua história ao longo do tempo. “Eu tive a felicidade de morar na Preguiça. Como eu gostava de tomar banho de mar, sempre ficava ligado no sol. Olhava os casarios, os barcos navegando, e pela noite via o nascer da lua, contemplando a beleza do universo. São vivências que me remetem à infância”, lembrou o artista plástico, que chegou a ingressar, em 1987, na Faculdade de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), mas jamais concluiu o curso.

Ele confessa que o gosto pelas artes vem desde os 9 anos, quando estudava na Escola Eduardo Mamede, no bairro de Nazaré, destacando-se nas aulas de Educação Artística e Desenho Geométrico, quase sempre tirando nota 10 nas disciplinas. Lucas conta que, naquela época, a diretora (Dona Mercedes) pedia para que ele fizesse desenhos e pinturas com lápis de cera para as diversas salas do colégio. Geralmente, pontua o designer, as solicitações para confecção de cartazes e painéis gigantescos de três metros eram no período das festas de São João, Natal, Dia dos Pais, Dia das Mães e Descobrimento do Brasil.

Com muita saudade, Lucas Batatinha diz que sua arte já serviu até para decorar bolos de aniversário e casamento. Fala que uma vizinha, Dona Vandinha, moradora do bairro da Saúde, encomendava desenhos com personagens de revista para ornamentar os bolos que fazia e ele não cobrava nada. Um dia, o jovem foi surpreendido com dois presentes. “No meu aniversário de 15 anos, a doceira fez um bolo especial, embrulhou um dinheiro em um pedaço de jornal e me disse: a aranha vive do que tece. Foi minha primeira remuneração como artista”, destacou.

O currículo de Lucas mostra um artista versátil, que procura ampliar seus conhecimentos através de múltiplas experiências. Já foi arte-finalista e diretor de arte em agências de publicidade, tanto na Bahia quanto no Rio de Janeiro, e designer gráfico, assinando projetos de trios e projetando fantasias para blocos como Olodum, Os Negões, Coletivo de Entidade Negra, Filhos de Gandhy, As Muquiranas, As Kuviteiras, Pagode Total, Banda Didá e o Bloco Toalha da Saudade, este último em homenagem ao saudoso pai Oscar da Penha, o Batatinha, que no final de agosto deste ano foi reverenciado, pela Casa Legislativa, em sessão especial comemorativa dos 100 anos de nascimento do compositor, que fazia samba na batida da caixinha de fósforo.

Integrante do Conselho Municipal do Carnaval de Salvador, o artista visual já participou de exposições em Munique, na Alemanha, e também em Salvador, mostrando seus trabalhos na Casa do Benin e na galeria do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Mas Lucas Batatinha se emociona quando relata sobre a exposição que realizou, com desenhos de joias, na Casa de Jorge Amado, em 1996, no Centro Histórico de Salvador.

“Meu pai era meu amigo, meu ídolo, mas ele só passou a dar atenção à minha profissão quando entrei para a faculdade. A partir daí ele começou a me apresentar como Lucas, seu filho artista plástico. Na exposição, um ano antes de papai falecer, ele se empenhou em convidar os amigos e esteve presente no Pelourinho”, revelou o artista plástico, que tem estúdio no bairro da Federação. Maiores informações sobre o portfólio completo de Lucas Batatinha os interessados podem saber acessando o instagram batatinhalucas ou pelo WhatsApp (71) 9-9677-0810.

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