O município de Santa Rita de Cássia, no Oeste baiano, passou a ter o maior rebanho bovino do estado em 2023, com 188,4 mil cabeças. Conforme dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicado na reportagem de Darlan Alves Lustosa, do Portal do Cerrado, o município de Santa Rita de Cássia possuía o quarto maior efetivo em 2022, mas assumiu a primeira colocação depois de um ano.
De acordo com o IBGE, o município de pouco mais de 28 mil habitantes ultrapassou os antigos líderes do ranking, Itamaraju e Itanhém, localizadas no sul do estado. Os municípios, que passaram a ocupar o segundo e terceiro lugares, contabilizaram 183,2 mil e 169 mil, respectivamente.
Apesar do crescimento de rebanhos ser um fenômeno nacional, a região onde a cidade está localizada influenciou no crescimento e na ampliação do rebanho, como aponta a Supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros.
“Aqui [na Bahia] tem muita criação de pasto livre, então o clima sem muitas chuvas e secas, como o de 2023, é o ideal. Outro ponto é o fato dos pastos estarem em regiões de produção de grãos. Por conta disso, a alimentação do gado é facilitada e, consequentemente, a criação. É o que facilita, por exemplo, a região do oeste baiano. Os pastos têm proximidade com produtoras de milho e soja, commodities utilizadas na alimentação dos animais”, diz.
O IBGE apontou que a Bahia teve o segundo maior aumento absoluto no rebanho de bovinos no país em um ano. Aumento de 6,1% em relação a 2022 e acréscimo de 764 mil cabeças de gado.
De acordo com o IBGE, a Bahia saiu de aproximadamente 12,5 milhões para 13,3 milhões no período de 2022 a 2023, o maior acréscimo do estado em 49 anos da pesquisa. No recorte analisado, os baianos só perderam para os paranaenses, que tiveram um crescimento de cerca de 822,7 mil bovinos. Com o aumento, o estado passou a ter o sétimo maior rebanho do país e o primeiro da região Nordeste. À frente da Bahia, apenas Mato Grosso, Pará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
A principal razão para o crescimento é o ciclo pecuário, que teve uma valorização dos bezerros em 2022. É o que aponta a Supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros. “Nós estivemos em um ciclo de valorização financeira dos bezerros até 2022. Por conta disso, houve um abate menor das vacas para que elas procriassem mais bezerros e ampliassem os rebanhos de bovinos. Por conta do preço dos bezerros, era vantajoso para os pecuaristas ampliar os planteis. O que vemos em 2023 é uma consequência disso”, explica.