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O CEO da Fogo de Chão Brasil, Paulo Antunes - Foto: Divulgação
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quinta-feira 19 de setembro de 2024 às 08:06h

Fogo de Chão aposta na tradição repaginada e 20% dos clientes já não optam pelo rodízio

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A rede de churrascarias Fogo de Chão tem apostado numa ‘repaginada’ em seu cardápio para conquistar o público que não é fã ou prefere outras opções ao tradicional modelo rodízio.

Hoje, quem vai ao restaurante não precisa mais aceitar o formato rodízio, que conta com 18 cortes de carnes, servidos continuamente na mesa durante o tempo que a pessoa desejar comer. Há formatos mais leves, baratos e até sem carne. Essas alternativas, segundo a empresa, já representam 20% das opções dos clientes, em contraposição ao rodízio completo, conforme Matheus Almeida, da revista IstoÉ Dinheiro.

“Nós temos a geração que consumia anos atrás e segue consumindo, e agora nós vamos trazer os filhos desses clientes”, afirma o CEO da empresa no Brasil, Paulo Antunes, em entrevista a IstoÉ Dinheiro.

“Teve um sucesso do rodízio no passado, e acho que quando esse ciclo estava começando a entrar numa descendência, a empresa investiu de novo sem perder a essência”, analisa Antunes. “É um processo que a gente vê gradativamente passando nos últimos 10 anos.”

Tradição repaginada

Enquanto o rodízio completo custa R$ 215, é possível optar apenas pela mesa de saladas e o buffet de acompanhamentos pagando R$ 89. É possível também escolher por adicionar pelo rodízio de apenas um corte de carne ao buffet com um acréscimo neste valor, como salmão (R$ 114) e costela (R$ 123).

A tradicional churrascaria também oferece opções à la carte. Há cortes finos como o Dry Aged Tomahawk (R$325), combos de hambúrgueres com batata frita ou polenta por preços a partir de R$ 35, além de porções como costela no brioche (R$ 41) e dadinhos de tapioca (R$ 20). Há também preços especiais no formato “para levar” e algumas unidades oferecem delivery.

As churrascarias contam ainda com espaços para eventos. Já a unidade do Jardins, em São Paulo, conta com o “Next Level Lounge”, onde é possível consumir charutos escolhidos com curadoria da tabacaria Caruso.

Segundo Antunes, as mudanças tem sido implementadas com respeito e honra à tradição gaúcha. “Ele é repaginado sem perder a mesma identidade que tinha”, afirma.

Fachada da unidade do restaurante Fogo de Chão em Brasília – Foto: Divulgação

Ele também defende a tradição quando questionado sobre o fato do restaurante não estar entre os primeiros colocados em guias focados em alta gastronomia, como o Michellin. “Nossa cozinha é alta gastronomia e sempre vai ser premiada pela experiência, pelo ambiente, por como você é servido”, diz.

O executivo cita com orgulho a colocação da empresa em primeiro lugar no prêmio O Melhor de São Paulo, eleito por voto popular e promovido pelo jornal Folha da S. Paulo. “A gente tem muito orgulho de ganhar”, diz. “Não são algumas poucas pessoas que determinam critérios para se receber estrelas ou não. São clientes dizendo que gostam.”

Expansão no Brasil e para outros países

No final de 2023, o Fogo de Chão foi adquirida pelo fundo Bain Capital. O valor não foi oficialmente divulgado, porém fontes informaram à agência Reuters a quantia de US$ 1,1 bilhão.

O novo administrador iniciou um ciclo de investimentos para acelerar o crescimento e deixar a empresa preparada para uma nova oferta pública de ações. A empresa já possui papéis negociados em bolsa de valores dos Estados Unidos.

Arantes volta a defender a cultura tradicional da empresa como garantia de que o crescimento mais acelerado não acarretará em perda de qualidade ou de sua identidade. Além disso, mesmo mais rápido, o crescimento será relativamente lento.

No Brasil, está prevista uma nova até o final do ano em Alphaville, São Paulo. Até 2026, a empresa foca em aumentar a penetração nas cidades onde já está: a capital paulista, Rio de Janeiro e Brasília. Só depois serão consideradas outras cidades. A justificativa é economizar com comunicação ao formar forte identidade com as localidades.

O principal mercado do Fogo de Chão é atualmente os Estados Unidos, com 74 restaurantes. Antunes analisa que a força do restaurante no país ocorre devido ao preço muito competitivo que conseguem, de US$ 35. “E quem não gosta de um bom churrasco, né? Eu acho que pode ser americano, pode ser chinês, pode ser europeu”, diz.

Em seguida aparece o Brasil com oito unidades: cinco em São Paulo, um em Brasília e dois no Rio de Janeiro. Assim como nos EUA, todas as unidades são próprias. Nas brasileiras, é onde ocorre a formação de mão de obra que, muitas vezes, segue para as churrascarias em países estrangeiros.

A empresa conta ainda com dois restaurantes franqueados no Oriente Médio (em Dubai e Jidá), sete no México, um no Equador e outro na Bolívia. Há também uma busca ativa de operadores de restaurantes e tradicionais das “principais capitais do mundo” para levar o Fogo de Chão a novos países.

Aréa para Happy Hour na unidade da Fogo de Chão em Brasilia – Foto: Divulgação

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