A Fundação Perseu Abramo (FPA), centro de formação política do PT, aposta nas eleições municipais segundo Levy Teles, do Estadão, para tentar aproximar o partido do público 60+. De acordo com pesquisa Datafolha, 35% desse segmento avalia o governo federal como ruim ou péssimo, a pior avaliação de todos os grupos consultados.
Como parte da estratégia, a Perseu Abramo lançará nesta quinta-feira conteúdos com dicas de como os candidatos a prefeito e vereador podem dialogar com os 60+, incluindo políticas de assistência social. Dados do último Censo, de 2022, mostram que há 32,1 milhões de idosos no Brasil, o que equivale a 15,8% da população nacional.
O material integra um grande pacote da Fundação Perseu Abramo para vencer resistências ao PT junto ao eleitorado. Como revelou o Estadão, a entidade lançou uma cartilha para orientar os candidatos na interlocução com o público evangélico, que em sua maioria é avesso à sigla.
Maria do Carmo Guido, socióloga e pesquisadora da Economia do Envelhecimento, propõe uma nova leitura para o eleitorado que tem 60 anos ou mais. “O idoso não é um peso, o idoso é um agente econômico”, diz no vídeo que ainda será publicado.
Ela argumenta que é possível usar ações para a melhoria da mobilidade urbana como estratégia de campanha para alcançar o público idoso. “O gestor público que assumir e levar a cabo a política pública de melhorar o acesso às calçadas, aumentar tempo de semáforos, pode usar isso como estratégia”, afirma. “Vai agregar valor também para ele.”
No segundo vídeo, a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Márcia Lopes diz que é muito importante que os candidatos petistas defendam políticas de assistência social, especialmente as voltadas para a primeira infância, para as mulheres e para o combate à fome.