O ministro Alexandre Silveira (PSD), de Minas e Energia, declarou que a volta do horário de verão é considerada pelo governo caso a seca que afeta o Brasil se agrave. De acordo com o político, não haverá racionamento ou falta de energia em decorrência da estiagem prolongada, que é a pior em 94 anos.
A declaração foi dada por Silveira em entrevista ao “Poder360” concedida por ele na terça-feira, 10. O horário de verão foi suspenso em 2019 durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o ministro, a volta do horário de verão é necessária quando há risco de faltar energia, mas o cenário atual não é esse. “Não tem nada certo, mas é uma possibilidade. Apesar de ser controverso do ponto de vista da opinião pública, há uma pequena maioria que gosta e, mais que isso, a economia agradece”, apontou Silveira.
Segundo o político, a medida seria positiva para a microeconomia, turismo e bares e restaurantes. A volta do horário de verão depende de uma série de fatores, conforme Silveira, mas o ministro avalia que o mecanismo poderia aliviar o sistema energético durante o pico de consumo no início da noite.
“Quando perdemos as energias intermitentes, em especial a solar no fim da tarde, é coincidente com a chegada das pessoas em casa, ligando o ar-condicionado, indo pro banho. Há um pico de demanda e, consequentemente, uma diminuição de oferta”, ponderou o político. Conforme Silveira, o uso do horário de verão permite que as pessoas aproveitem a luz do dia depois de deixarem o trabalho para ir a praia, comércio e outras atividades.
Encerramento do horário de verão
O horário de verão foi instaurado em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, e o adiantamento do relógio entre outubro e fevereiro tinha o objetivo de permitir que a luz natural fosse aproveitada e a concentração de consumo entre as 18h e 20h fosse reduzida. Entretanto, nos últimos anos, ocorreu uma mudança nos padrões de uso de energia, com mais utilização durante o período da tarde por conta da popularização de aparelhos de ar-condicionado.
Além disso, a iluminação, que antes representava uma parte significativa do consumo, especialmente no horário de pico, hoje não é mais tão importante do ponto de vista elétrico. Até o início da década de 2000, era comum o uso de lâmpadas incandescentes nas residências, empresas e na iluminação pública. Após a crise energética de 2001, foram adotadas políticas de eficiência energética, com o aumento do uso de lâmpadas mais econômicas, como as fluorescentes, e eletrodomésticos mais eficientes.
Em 2019, o horário de verão foi suspenso durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).