Apesar de a esquerda dominar o ranking, o candidato mais rejeitado do país pertence ao campo da direita: o prefeito de Teresina e candidato à reeleição, Doutor Pessoa (PRD). Com 5% do eleitorado ao seu lado para um novo mandato, ele é rejeitado por 79% dos eleitores. Sua gestão na cidade foi marcada por uma forte crise na saúde, que perpassou a falta de médicos e a ausência de repasses a funcionários terceirizados.
No primeiro debate das eleições de 2024, feito pela Band no mês passado, Pessoa causou controvérsia e virou alvo de denúncia formal após dar uma cabeçada em Francinaldo Leão (PSOL), seu adversário na disputa.
Na capital piauiense, quem lidera a corrida pela prefeitura é um médico, o ex-secretário municipal Silvio Mendes (União Brasil), que atinge 46% das intenções de voto. Ele tem o apoio do ex-prefeito Firmino Filho (PSDB).
Com uma rejeição menos acentuada, de 41%, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Avante) também vive um cenário de dificuldade para a reeleição, com 4% das intenções de voto. Pastor licenciado da Assembleia de Deus, Cruz foi convidado a se retirar do Republicanos ainda no início deste ano, por crises em seu mandato, a exemplo da paralisação das maternidades. Sua campanha, contudo, afirma que a rejeição será atenuada a partir da apresentação dos “avanços administrativos” de seu mandato. Seus articuladores dizem ainda que o índice mais elevado é natural ao detentor do cargo e ponderou que 77% dos eleitores estão indecisos na espontânea, quando a lista de candidatos não é apresentada.
Os sem mandato
Além dos prefeitos, outros candidatos sem mandato no Executivo apresentam índices de rejeição superiores ao patamar de 50%. Em São Paulo, o apresentador de TV licenciado José Luiz Datena (PSDB) não é opção de voto para 56% dos eleitores.
Em Belém, o deputado bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL), rival de Edmilson Rodrigues na disputa pela prefeitura, alcança o índice de 51%, assim como o ex-senador e ex-petista Roberto Requião (Mobiliza), que concorre em Curitiba. Ao GLOBO, o candidato a prefeito da capital do Paraná justificou o indicador negativo pelo fato de ocupar cargos públicos desde 1983, e por tersido o candidato do partido de Lula na eleição passada.
— Eu fui prefeito, fui governador e fui senador. Interesses contrariados fizeram uma campanha sistemática contra mim porque eu não apareço nas rádios e na televisão — argumentou Requião.
Para a equipe do candidato, a saída do ex-petista do partido fará com que os curitibanos consigam “enxergar a independência de Requião, bem como seu compromisso e coerência com a boa política, com a coisa pública e com o povo de Curitiba”.