Iniciou na terça-feira (20), em Juazeiro, o 1º Congresso Internacional sobre Mudanças Climáticas e suas Consequências em Territórios Semiáridos (I CIMCCTS). O evento, que reúne especialistas de várias partes do mundo, é organizado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Governo do Estado da Bahia, e conta ainda com o apoio da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), através dos Programas de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) e Extensão Rural da Univasf.
Representando o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins, o superintendente de Planejamento Ambiental, Tiago Porto, participou da abertura oficial do evento. Em seu discurso, Porto enfatizou a necessidade urgente de integrar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas nas políticas públicas, destacando a importância do trabalho conjunto entre governos, academia e sociedade civil.
“É essencial que estejamos reunidos aqui para discutir as mudanças climáticas, que hoje são o tema mais urgente de nosso tempo. Elas afetam nossas vidas de diversas maneiras, e por isso é tão importante que tenhamos uma diversidade de vozes – desde a sociedade civil até os setores econômicos e órgãos ambientais – envolvidas nesse diálogo. Somente com essa participação ampla e coletiva conseguiremos alcançar a transformação necessária para mudar o rumo que estamos seguindo. Precisamos de novos modos de nos relacionar com a natureza, e eventos como este são fundamentais para destacar e ampliar iniciativas e boas práticas que já estão fazendo a diferença, pensando em benefícios reais para os territórios semiáridos, que são particularmente vulneráveis às mudanças climáticas”, afirmou Porto.
Também convidado para compor a mesa de abertura representando a diretora-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Maria Amélia Lins, o chefe de gabinete do Inema, Welton Rocha, destacou a importância da promoção de práticas sustentáveis que possam mitigar os impactos das mudanças climáticas em regiões semiáridas.
“O processo das mudanças climáticas, o crescimento global, o que é tema desse seminário internacional que está acontecendo aqui na Universidade de Juazeiro, mostra a necessidade de ter ações no sentido de cada vez mais combater práticas de destruição do meio ambiente. A Universidade é muito feliz em focar esse tema porque a partir daí você vai formar uma nova consciência, principalmente nos futuros empreendedores, onde eles vão ter um viés mais para a proteção do meio ambiente. Eu acredito que nós temos que mudar algumas das nossas práticas, inclusive a solicitação da mudança de algumas leis, no sentido urgente de buscarmos alternativas de proteção ao meio ambiente”, disse Welton.
Desafios das mudanças climáticas
Em seu discurso oficial de abertura, a vice-reitora e professora da Univasf, Lucia Marisy Oliveira, relatou o cenário de desafios enfrentados pela fauna e flora do estado, apontando as construções e inovações tecnológicas como um dos fatores que impactam negativamente as espécies.
“São mais de 6 mil espécies de flora das quais 2,7 mil endêmicas ameaçadas pelo desmatamento e as queimadas, a mineração ilegal e a baixa estabilidade hídrica. Nesse sentido, as inovações tecnológicas precisam ser realizadas de forma sustentável para que os objetivos pensados possam efetivamente ser conseguidos. Espero que neste Congresso possamos referir-se ao nosso papel no mundo e passarmos a praticar ações mais solidárias para o legado que deixaremos para os nossos filhos e netos”, disse a professora.
Na ocasião, algumas abordagens e metas climáticas e de desenvolvimento foram apontadas por um dos convidados para a conferência de abertura, o Senhor Jorge Alberto Robayo, representante da FAO no Brasil, dentre elas: o fortalecimento de instituições e políticas para sistemas mais resilientes com emissões mais baixas e a melhoria do ambiente de investimento para enfrentar as mudanças climáticas.
Programação do evento
Na sexta (23), o Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) será um dos assuntos discutidos por David Tsai, representante do Laboratório Observatório do Clima (LABOC) e parceiro direto da Sema na elaboração do estudo, fruto de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado entre a LABOC e a Sema no final
O evento será encerrado em grande estilo no sábado (24), com um passeio de barco pelo Rio São Francisco.