O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu 82 processos disciplinares contra magistrados e 35 afastamentos de juízes envolvidos em irregularidades nos últimos dois anos. O período é relativo à gestão do ministro Luís Felipe Salomão na Corregedoria-Nacional de Justiça. As informações são do jornal, O GLOBO.
Salomão deixa o posto no próximo dia 22 para assumir o mandato de vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que passará a ser comandado por ele e pelo novo presidente, ministro Herman Benjamin. Quem assume a corregedoria-nacional de Justiça pelos próximos dois anos é o também ministro do STJ Mauro Campbell Marques, já aprovado pelo Senado.
Foi durante a gestão de Salomão que a corregedoria abriu uma apuração por indícios de peculato, corrupção e prevaricação contra os juízes e desembargadores que atuaram na Lava-Jato. Em um movimento que o colocou em oposição ao presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, o corregedor conseguiu maioria de votos para abrir processos disciplinares para apurar os procedimentos de quatro magistrados: Gabriela Hardt, Danilo Pereira Júnior, Loraci Flores de Lima e Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz.
De acordo com o CNJ, nos últimos dois anos a corregedoria recebeu 18.841 processos, dos quais 18.466 foram baixados. Relatório de balanço da atuação do ministro mostra também que todos os tribunais de Justiça das 27 unidades da federação foram inspecionados, assim como outros órgãos da Justiça foram visitados.
Além disso, 16 correições extraordinárias — uma espécie de fiscalização para apurar irregularidades — foram realizadas. A última delas ocorreu no Tribunal de Justiça da Bahia, depois que “graves problemas” foram identificados.
Um canal de enfrentamento à violência contra a mulher também foi lançado e, desde sua implementação, 70 representações administrativas por violência contra a mulher foram realizadas.