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segunda-feira 5 de agosto de 2024 às 14:00h

Violência política afeta 64% dos parlamentares eleitos a partir de movimentos sociais

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A violência política é um empecilho à continuidade da vida pública de 64% dos parlamentares que chegaram ao Legislativo brasileiro graças a movimentos sociais nos últimos quatro anos, de acordo com levantamento inédito segundo a coluna de Lauro Jardim, e que foi baseado em 30 mandatos desse tipo pelo país.

Lançada esta semana, a pesquisa foi desenvolvida pela Nossa, rede nacional de ativistas, com apoio da Luminate, organização filantrópica internacional. Os relatos são de agressões, assédios e ataques dentro e fora de casas legislativas do país.

Batizado de “Mandatos ativistas no Brasil: um diagnóstico”, o estudo se aprofundou nos casos de vereadores e deputados que chegaram ao poder a partir de grupos comunitários e movimentos sociais nos últimos quatro anos — isso é, estão atualmente em seu primeiro mandato. Foram considerados, inclusive, os chamados “mandatos compartilhados”, geridos em grupo (quase 60% da amostra).

Os ativistas que viraram autoridades estão espalhados por 11 estados das cinco regiões, com maioria em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Na divisão partidária, se dividem entre PSOL (51,6%); PT (32,2%); Podemos, Rede, PSD, PP e PL — todos com 3,2% cada.

Entre os exemplos analisados no levantamento estão os casos de Erika Hilton (PSOL-SP), eleita a partir da causa trans; Marina do MST (PT-RJ), dedicada aos sem-terra; Mandata Quilombo Periférico (PSOL-SP), com vereadores atuando sobre quilombolas, e a indígena Célia Xakriabá (PSOL-MG).

Além da violência política, foram mencionados como temas desafiadores para o futuro desses mandatos o relacionamento com o Executivo de cada localidade (40,6%) e saúde mental (34,4%), entre outros pontos relativos às equipes, aos partidos e ao eleitorado.

Entre os relatos, as parlamentares mulheres, cuja origem é o ativismo, estão preocupadas com a conduta dos colegas homens: “Precisamos fazer o que querem, senão somos humilhadas e ridicularizadas por acharem que somos incapazes (…)”, narrou uma delas. E com riscos impostos pela hostilidade da população: “Ameaças fragilizam a deputada e a equipe emocionalmente; há impossibilidade de organizar e mobilizar uma agenda”, diz um auxiliar cuja chefe demanda escolta.

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