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Dia do Quadro de Engenheiros Militares 3 de agosto

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No decorrer da história de nosso País, a atuação da Engenharia Militar foi marcante e profícua, desde a construção dos primeiros fortins e fortalezas, até os atuais projetos sofisticados, serviços e soluções tecnológicas dos mais diversos campos de aplicação da engenharia moderna.

Anualmente, no dia 3 de agosto, é comemorado o dia do Quadro de Engenheiros Militares (QEM), evocando o nascimento do Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra, seu Patrono, cuja trajetória gloriosa é motivo de inspiração e de orgulho para seus integrantes.

O Coronel Ricardo Franco nasceu na cidade de Lisboa, em Portugal, em 3 de agosto de 1748. Sua atuação profissional tem como marco inicial seu ingresso, em 1762, na Academia Militar daquele país. Em 1766, aos 18 anos de idade, concluiu os cursos de Engenharia e Infantaria. Demonstrava desde cedo traços bem característicos de sua natureza e personalidade que foram sendo evidenciados ao longo de toda a sua vida: pendor para auferir conhecimentos técnicos e elevada capacidade de aplicá-los.

Sua forte ligação com o Brasil iniciou-se em 1779, com a designação pela Rainha de Portugal, Dona Maria I, do então Capitão de Infantaria e Engenheiro do Exército de Portugal Ricardo Franco para chefiar a 3ª Partida de Demarcação de Limites, em cumprimento ao Tratado de Santo Ildefonso, que delimitava as terras portuguesas e espanholas.

No Brasil, incontáveis trabalhos técnicos foram concretizados por Ricardo Franco, como a realização de levantamentos geográficos em regiões remotas nas linhas de fronteira, desempenhando papel decisivo na consolidação do espaço territorial brasileiro. Na área de obras e fortificações, atuou na conclusão do Forte Príncipe da Beira, no atual estado de Rondônia, considerada a maior edificação militar portuguesa fora da Europa no período colonial do Brasil, além da construção do Forte Coimbra, no atual estado do Mato Grosso do Sul.

O Coronel Ricardo Franco foi nomeado comandante da Fronteira Sul do Mato Grosso, assumindo o comando do Forte Coimbra em 1797. Posteriormente, o mês de setembro de 1801 foi marcado por um violento ataque da flotilha de D. Lázaro de Ribeira, governador de Assunção no Paraguai, com uma força superior à existente no Forte Coimbra. Apesar da disparidade de força, o Coronel Ricardo Franco refutou o ultimato do comandante espanhol para a rendição, impôs surpreendente derrota às forças invasoras, contribuindo assim para que o Brasil mantivesse sua integridade territorial.

O Coronel Ricardo Franco faleceu no ano de 1809 em seu posto de comando no Forte Coimbra, aos 61 anos de idade, ao ter sido acometido por doenças tropicais.

Pela expressão, importância e magnitude de seus feitos, além de seu valor inconteste de soldado e chefe militar, em 12 de junho de 1987, o Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra foi escolhido Patrono do Quadro de Engenheiros Militares do Exército Brasileiro.

Motivados pela exemplaridade de seu ilustre Patrono e de tantos outros insignes engenheiros militares ao longo da história, os atuais integrantes do QEM desempenham um papel vital em diversas frentes, colimados com a missão precípua do Exército Brasileiro, atuando no incremento das capacidades e do poder de combate da Força Terrestre.

Ilustram essas aplicações a participação dos Engenheiros Militares nos Programas Estratégicos do Exército, no desenvolvimento, testes, avaliações, fabricação e manutenção de materiais e equipamentos de emprego militar, na realização de atividades relacionadas às informações geográficas e meteorológicas, além de empreendimentos de infraestrutura em diversas regiões do País. Além disso, também atuam em diversas áreas relacionadas aos produtos de software e estruturas de dados de sistemas corporativos de interesse do Exército. O setor cibernético, estratégico para a Defesa Nacional, também conta com a participação de Engenheiros Militares, atuando, por exemplo, na redução das vulnerabilidades a ataques dessa natureza. Adicionalmente, a geração e gestão das capacidades operativas de Comunicações e de Guerra Eletrônica também estão no conjunto de seu emprego. Paralelamente, ações em ensino, pesquisa básica, pesquisa aplicada, pesquisa e desenvolvimento e gestão da inovação no campo da ciência e tecnologia fazem parte do vasto rol das atribuições e competências dos Engenheiros do QEM. Todas essas atividades são realizadas sob elevados padrões de eficiência, refletindo o comprometimento desses engenheiros com os valores basilares do Exército de Caxias.

Com olhar no futuro, mirando os desafios da atualidade e vindouros, a Engenharia Militar direciona esforços em investigar, prospectar e inovar no campo da Ciência e Tecnologia, frente ao dinâmico cenário da 4ª Revolução Industrial e da Era do Conhecimento. Nesse diapasão, a busca incessante pelo domínio de tecnologias críticas, como inteligência artificial, tecnologias quânticas, manufatura aditiva, sistemas autônomos, dentre outras, é essencial para evitar o cerceamento tecnológico e reduzir o hiato existente entre as nações. O avanço nessas áreas estratégicas, não só promove a independência tecnológica, mas também visa assegurar a obtenção de capacidades essenciais para a defesa e a soberania do Brasil.

Nesta data, portanto, é mister rememorar os feitos inspiradores do Coronel Ricardo Franco, instigando as atuais e as próximas gerações a seguirem firmes no cumprimento do dever, empregando sólidos conhecimentos técnicos em prol do Exército Brasileiro, especialmente na geração de elementos de capacidades militares em perfeita sinergia com os demais irmãos de farda, bem como contribuindo com o desenvolvimento científico e tecnológico do País, com o seu crescimento econômico e com o seu desenvolvimento, como as gerações antecessoras que muito fizeram imbuídos dos mais elevados propósitos de engrandecimento de nosso País.

“Sempre avante, Engenheiros!”

Brasília-DF, 3 de agosto de 2024.

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