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sexta-feira 26 de julho de 2024 às 12:53h

Produção do algodão: do plantio à colheita sem filtro

COTONICULTURA, NOTÍCIAS


Desde o preparo de solo, bem como a época ideal para o plantio, passando pela escolha da semente, o processo para garantir a qualidade e produtividade das fibras do algodão, integram minuciosos processos dentro dos quais detalhes podem fazer toda a diferença na qualidade da entrega final. Sendo assim, o grupo A TARDE foi conhecer, no campo, as técnicas da cotonicultura, que é o cultivo do algodão, desde o plantio até a finalização do produto.

“Aqui na Abapa, durante todo esse processo, a gente usa o que há de melhor no mercado em tecnologia”, além de prepararmos e qualificarmos a mão de obra que faz esse conjunto de operações girar”, disse o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

Desde a safra 2020/2021, o local, que tem capacidade para processar 25 mil amostras diárias de algodão, começou a fazer a análise do algodão em pluma produzidos nos estados da região do Matopiba: Piauí, Maranhão e Tocantins. O período de demanda mais alta é entre os meses de agosto e outubro.

“Estamos com uma dificuldade para a colheita, este ano, devido as baixas temperaturas na região. Por isso a gente espera temperaturas mais baixas para realizar o processo. Colher contra ao vento também é providencial para evitar que a poeira contamine a lavoura e os fardões”, explicou um dos técnicos atuantes da ‘Fazenda Agrobasso’, localizada em Luiz Eduardo Magalhães e visitada pela reportagem.

Hormônios são usados para que a planta não cresça mais que 130 centímetros, o que facilita a colheita. È importante ressaltar que um planejamento precisa ser feito, além da necessidade de seguir a janela de cultivo, bem como utilizar soluções protetoras contra as pragas e doenças, como o temido bicudo do algodoeiro, que ocupa a primeira posição no ranking de pragas de mais relevância econômica para a cotonicultura, e que pode causar danos as “maças”, promovendo a infiltração de umidade e também dano direto a fibra, principalmente durante a maturação. Sendo assim, a janela de cultivo é imprescindível para o sucesso da safra, já que cada região tem um período distinto, justamente devido às condições do clima.

“O algodão do oeste da Bahia, na maioria dos casos por exemplo, é de primeira safra e o recomendado é que o plantio seja feito entre o meio de novembro a dezembro”, reiterou Luiz Carlos Bergamaschi.

As áreas onde as condições ambientais são controladas possuem isolamento térmico e sensores de temperatura e umidade, instalados a cada 50m³. Estes sensores monitoram o ambiente, minuto a minuto, em atendimento às normas nacionais e internacionais pertinentes à atividade.

Ainda no Centro de Treinamento da Abapa, o ambiente de climatização das amostras possui um sistema no qual são controladas a temperatura e a umidade relativa do ar, de acordo com normas, sendo a temperatura 20ºC e umidade de 65%. As fibras das amostras precisam atingir teor de umidade entre 6,75% a 8,25% para que sejam analisadas. O tempo de climatização das amostras com a esteira de condicionamento ativo está entre 30 a 45 minutos e as amostras de pesquisa de 24 a 48 horas na climatização passiva.

“Ao chegar na algodoeira, o beneficiamento, que é o processo que consiste na separação da fibra e do caroço por processos mecânicos, evitando que se perca a qualidade da fibra, o que garante as exigências das indústrias têxtil, de fiação e tecelagem”, explicou Alessandra Zanotto, que é vice-presidente da Abapa e sócia diretora da Algodoeira Zanotto Cotton.

Assim que os fardões chegam à algodoeira, é realizado o processo de desintegração dos fardos que pode ser feito de duas formas: desmanche e lançamento direto na fita da transportadora ou passagem do algodão, após desmanche inicial em um batedor inclinado, que causam a quebra das impurezas pequenas.

Para obtenção da pluma é necessário o processo de descaroçamento, que é feito por ferramentas como “serras” e “costelas”, além de rolos de escova que retém o algodão e separam do caroço, liberando a pluma para limpeza. É bom lembrar que essa etapa é uma das fases mais importantes, já que tal separação deve ser feita de forma que não cause a contaminação da pluma com óleo existente no caroço do algodão, o que prejudica totalmente a qualidade da fibra. Numa prensa essa pluma antes separada do caroço é transformada em pequenos fardos que são etiquetados e a amostragem é feita novamente para classificação dessa fibra.

Durante o enfardamento, cada fardo recebe um código de barras que permite a rastreabilidade, o que agrega competitividade na comercialização ao identificar o produtor, características do produto e a classificação. Com isso as exigências de qualidade dos compradores são atendidas. Esse sistema de identificação foi desenvolvido pela ABRAPA (Associação dos Produtores de Algodão) em 2004.

A umidade para o armazenamento do algodão em pluma deve ser de 10%, a partir de 15% de umidade nos fardos, pode ser iniciado o processo de fermentação.

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