Mesmo avaliando que é possível o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) ser candidato à Presidência da República em substituição ao ex-ministro Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), acredita que isto não deve ocorrer. Com este fato, não haveria mudança na composição da chapa majoritária, como o próprio Leão chegou a aventar, em entrevista à coluna Satélite, do jornal Correio.
“O PT fechou questão em Lula e Wagner quer ser mesmo candidato a senador. Wagner é um baiano arretado”, afirmou, em entrevista. O vice-governador disse na ocasião que, caso Wagner fosse candidato a presidente, ele ocuparia a vaga do petista para o Senado na chapa majoritária do governador Rui Costa à reeleição, enquanto a senadora Lídice da Mata poderia concorrer a um espaço na vice. Sobre a declaração que causou certo rebuliço, Leão explicou.
“Fui perguntado: ‘Se Lula não for candidato, Wagner pode ser?’ Eu respondi: ‘Poderá, pô. Tanto ele quanto o cara lá de São Paulo, o Haddad’. Mas aí criou aquela coisa toda”, relembrou. Leão também aproveitou para reafirmar seu desejo em continuar como vice de Rui na disputa por mais quatro anos no Palácio de Ondina. No entanto, ele aguarda que o próprio governador bata o martelo sobre o assunto. “Estamos aguardando que o governador marque conversa entre todos nós, mas minha preferência o governador já sabe, que vai ser ficar ao lado dele para a gente continuar produzindo essas obras todas. A coisa está acontecendo e eu me entusiasmo muito com isso”, reiterou.
Em relação à disputa pela reeleição, Leão pregou cautela e pediu que se evite o clima de “já ganhou”, após a desistência de ACM Neto em concorrer ao governo. “Vamos partir para a luta, mas respeitando a oposição. Você não pode dizer já ganhei. Da última vez, eles disseram ‘já ganhei’, e a gente veio lá e crau. A oposição é feita para ser respeitada. Eleição é eleição. Cada uma tem um porém, tem um fator decisivo. O que nós precisamos é tocar o barco da maneira que estamos”, aconselhou.
Um dos maiores defensores de que Neto continuasse na prefeitura de Salvador, o vice-governador também avaliou que ele “acertou” em não concorrer. E ainda fez um pedido ao prefeito de que melhore as relações com o governo do Estado. “Tem que acabar com essas picuinhas, essa briga besta, tanto de um lado quanto do outro. O povo não quer isso, quer progresso, desenvolvimento, isso que a Bahia está vendo. E nós estamos dispostos. Fizemos essa parceria com o metrô e estamos dispostos a outras parcerias”, afirmou, em relação aos embates públicos entre Neto e o governador Rui Costa. Ele ainda usou uma analogia entre a melhoria das relações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a Coreia do Norte para pregar a “pacificação” entre os gestores. “Pô, até o Trump quer pacificar com o povo da Coreia do Norte. Então, por que a gente vai ficar brigando no nosso canteiro?”, brincou.
Por Bruno Luiz