O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu, disse que a entidade identifica quatro gatilhos para uma transformação necessária nos sistemas agrícolas: melhorar governança, aumentar a ciência das pessoas envolvidas, melhorar salários no setor agropecuário e trazer tecnologia e inovação para o setor. A afirmação foi feita na quinta-feira, 27, por meio de participação remota no Global Agribusiness Forum (GAF), em São Paulo (SP).
Qu Dongyu destacou, ainda, a importância de atrair mais jovens para o setor, com o intuito de dar continuidade aos trabalhos. “Problemas como covid-19, clima e efeitos extremos estão cada vez mais presentes”, afirmou. “Precisamos tratar dessas questões e demandas, transformando sistemas de agricultura para serem mais inclusivos e sustentáveis.”
No mesmo evento, o comissário da União Europeia para Agricultura, Janusz Wojciechowski, afirmou que, após as crises globais que tiveram reflexo no agronegócio do bloco – como a pandemia da covid-19 e a guerra entre Ucrânia e Rússia -, a União Europeia busca estabilidade na área, “e vemos muito disso na produção brasileira”, afirmou.
Wojciechowski defendeu uma cooperação maior entre Brasil e o bloco e afirmou que, para além da criação de mais políticas, programas e legislações, a comunicação está entre os desafios. “Nós precisamos explicar melhor, comunicar melhor, porque existem estereótipos com relação ao agronegócio no Brasil e na Europa”, disse, em sua palestra.
Segundo ele, a visão europeia é a de que o Brasil só tem grandes produtores, mas que, na sua passagem por aqui, ele pôde conhecer pequenos produtores, e que é preciso cooperação e “espírito de solidariedade” entre os grandes e pequenos produtores do Brasil e da União Europeia para produzir avanços significativos na área.