O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) continuam empatados tecnicamente na liderança da corrida pela prefeitura de São Paulo na eleição deste ano, segundo levantamento feito entre os dias 19 e 24 de junho pelo instituto Paraná Pesquisas e divulgado nesta terça-feira (25).
De acordo com a pesquisa, Nunes tem 28,5% das intenções de voto, seguido por Boulos, que tem 25,9%. O percentual do prefeito permanece praticamente o mesmo do levantamento feito em maio pelo instituto (ele tinha 28,1%), mas a sua distância para Boulos ficou menor (o candidato do PSOL aparecia com 24,2% na pesquisa anterior). Os dois oscilaram dentro da margem de erro, que é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em terceiro lugar no novo levantamento aparece o coach Pablo Marçal (PRTB), o único candidato que conseguiu crescer além da margem de erro entre a sondagem feita em maio e a divulgada hoje: ele tem agora 10,0% das intenções de voto contra 5,1% da pesquisa de maio — ou seja, em um mês, ele praticamente dobrou a sua intenção de votos.
Todos os demais também oscilaram dentro da margem de erro no levantamento divulgado hoje: a deputada Tabata Amaral (PSB) tem 8,7%, empatada tecnicamente com o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que aparece com 8,3%. Em um terceiro bloco aparecem a economista Maria Helena (Novo), com 3,1%; e o deputado Kim Kataguiri (União Brasil), com 2,7%.
Outros quatro candidatos não atingiram nem meio ponto percentual. Entre os entrevistados, 6,1% disseram que irão votar em branco, nulo ou nenhum, enquanto 5,5% não souberam ou não responderam.
A pesquisa ouviu 1.500 eleitores na cidade de São Paulo.
Pressão sobre Nunes
A entrada de Pablo Marçal na disputa pela prefeitura paulistana movimentou o cenário político, especialmente a campanha de Ricardo Nunes. A principal preocupação do entorno do prefeito é que o coach, que tem um discurso ideologicamente alinhado à direita, “roube” votos do eleitorado mais identificado com o bolsonarismo, com quem o prefeito conta para conseguir um novo mandato.
A chegada de Marçal ao páreo fez com que aumentasse a pressão para que Nunes confirmasse um vice ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro em sua chapa. Na semana passada, após reunião envolvendo o prefeito, Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ficou sacramentado o nome do coronel da reserva Ricardo Mello Araújo, ex-chefe da Rota, a tropa de elite da PM paulista e aliado de Bolsonaro.