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quinta-feira 6 de junho de 2024 às 17:24h

Pobreza alimentar infantil grave afeta mais de um quarto das crianças no mundo

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Estudo Pobreza Alimentar Infantil: Privação Nutricional na Primeira Infância analisa 100 nações de baixa e média rendas; entre países de língua portuguesa situação foi avaliada no Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, revelou que pelo menos 181 milhões de crianças menores de cinco anos vivem em situação de pobreza alimentar severa. O total equivale a 27% dos menores de idade em nível global.

O estudo Pobreza Alimentar Infantil: Privação Nutricional na Primeira Infância inclui países de língua portuguesa. O percentual de crianças em situação de pobreza alimentar infantil grave no Brasil é de 8%, seguido da Guiné-Bissau com 53%, São Tomé e Príncipe com 22% e Timor-Leste com 30%.

Conflitos, mudanças climáticas e alta dos preços

A África é uma das regiões do mundo com mais afetados pelo problema devido a conflitos, mudanças climáticas e alta dos preços da comida. No continente com mais de 1,3 bilhões habitantes estão 13 dos 20 países mais afetados pela situação.

O total de crianças vivendo em situação de pobreza alimentar infantil e pobreza alimentar infantil grave é mais alto no sul da Ásia, reunindo 64 milhões.

A seguir estão África Ocidental e Central com 31 milhões, África Oriental e Austral com 28 milhões, Ásia Oriental e Pacífico com 17 milhões, Oriente Médio e norte da África com 10 milhões. A América Latina e Caribe concentram 5 milhões.

Pelo levantamento realizado em 100 países de baixa e média rendas, a pobreza alimentar infantil é medida com uma pontuação de diversidade alimentar do Unicef e da Organização Mundial da Saúde, OMS.

Avanços na África Ocidental e Central

O estudo também ressalta algum progresso marcado pela queda da porcentagem de crianças vivendo em pobreza alimentar severa nas regiões da África Ocidental e Central, ao passar de 42% para 32% na última década.

As razões que ditaram esses avanços incluem culturas diversificadas e incentivos para profissionais de saúde pelo seu desempenho.

O Unicef enfatiza que na falta de nutrientes essenciais, as crianças vivendo com dietas “extremamente pobres” são mais propensas a sofrer de desnutrição aguda, um estado que coloca a vida em risco.

A recomendação é que, todos os dias, crianças pequenas consumam alimentos de cinco dos oito grupos principais. As categorias são as do leite materno, a dos grãos, raízes, tubérculos e bananas; a de leguminosas, nozes e sementes; a dos lacticínios; a da carne, aves e peixes; a dos ovos; a das frutas e vegetais ricos em vitamina A e ainda a de outras frutas e vegetais.

Probabilidade de sofrer formas severas de desnutrição

Nos cerca de 100 países de baixa e média rendas avaliados, estima-se que acima de 440 milhões de crianças menores de cinco anos vivam em pobreza alimentar.

Dos 181 milhões enfrentando pobreza alimentar severa, elas consomem no máximo produtos de dois grupos de alimentos.

Para a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, as crianças que consomem apenas dois grupos alimentares por dia, como por exemplo, arroz e um pouco de leite, têm até 50% mais probabilidade de sofrer formas severas de desnutrição.

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