Elmar Nascimento critica postura do governo sobre manifestações

O líder do Democratas na Câmara, o deputado federal baiano Elmar Nascimento, criticou em entrevista de rádio nesta última terça-feira (21) o governo de Jair Bolsonaro (PSL) por convocar manifestações a favor do presidente. Os atos estão previstos para acontecer no próximo domingo em todo o país. “Como é que já se viu o governo convocar manifestação? Ainda que seja a favor é ruim, porque a próxima pode ser contra. As pessoas podem começar a achar que vai resolver as coisas na base da manifestação. E nem sempre é pacífica. Muito menos as que são convocadas contra os poderes constituídos”, disse Elmar, em entrevista à rádio Metrópole.

Ontem, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro decidiu não participar das manifestações e orientou seus ministros a também não comparecerem O presidente inicialmente chegou a considerar comparecer ao ato, que está sendo organizado por apoiadores para se contrapor às manifestações do último dia 15 contra o bloqueio nos recursos para a Educação.

Ainda na entrevista, Elmar criticou o governo por adotar uma postura de “enfrentamento”. “Nunca vi a pessoa querer brigar com quem quer ajudar. Nunca ouvi dizer isso. Tudo o que a gente quer é que o governo efetivamente mostre ao que veio, trabalhe. O nosso partido é um partido de centro-direita. Que ideologicamente deveria estar até na base do governo. Agora, eu não posso estar na base do governo que quer massacrar a educação, que conduz uma política absolutamente errada em relação às Relações Exteriores. Nós temos uma tradição de paz”, ressaltou.

O parlamentar democrata justificou porque é a favor de o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) deixar o Ministério da Justiça, que é comandado por Sergio Moro, e retornar para o Ministério da Economia, de Paulo Guedes. “Então, todos os países desenvolvidos do mundo a inteligência financeira está subordinada ao Ministério da Economia, por uma coisa muito simples, porque falam entre si sem precisar. E tem uma coisa que eles privilegiam, que a nossa Constituição também faz, que é o sigilo dos dados. (…) Nós fizemos o que achamos razoável e vamos ratificar o que achamos no plenário”, declarou Elmar, que cutucou o seu aliado, o deputado federal João Roma (PRB-BA), por ser a favor do Coaf na pasta da Justiça.