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Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin e Putin - Foto: Reprodução/Reuters
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quarta-feira 5 de junho de 2024 às 12:47h

Rússia acusa EUA de chantagem após Casa Branca ameaçar China com sanções

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O Kremlin descreveu na quarta-feira (5) os comentários da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, de que Washington não toleraria que a China aumentasse as suas exportações de bens de “dupla utilização” para a Rússia e responderia com sanções, como “chantagem”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o tom de Washington era completamente inaceitável e que Moscou era solidária com Pequim.

“Estamos bem cientes de que os nossos camaradas chineses não aceitam tal linguagem, não aceitam tais mensagens e tais ameaças, tais chantagens”, disse Peskov aos repórteres.

Os Estados Unidos afirmam que, ao fornecer bens de dupla utilização – que têm aplicações civis e militares – a China está impulsionando o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.

“A China é o principal fornecedor de ferramentas e maquinário usados em microeletrônica e nitrocelulose, que são fundamentais para a fabricação de munições e propulsores de foguetes, e outros itens de dupla utilização que Moscou está usando para aumentar sua base industrial de defesa”, disse o secretário de Estado Antony Blinken durante uma visita a Pequim em abril.

Yellen disse na terça-feira (4) que o Tesouro dos EUA viu um aumento nas exportações chinesas de bens de dupla utilização e estava muito preocupado com isso.

“Fui extremamente clara aos mais altos níveis do governo chinês que isto é algo que não toleraremos e que pretendemos sancionar esta atividade”, disse Yellen.

Peskov disse que o poder econômico da China no mundo é tal que “mesmo os Estados Unidos dificilmente se podem dar ao luxo de falar nesse tom. Talvez nem todos na liderança da América tenham compreendido isto neste momento, mas com o tempo irão compreender”.

“Sabemos com certeza que os chineses não gostam disso, e somos solidários e consideramos tal tom, tais ameaças, inapropriadas”, afirmou.

A Rússia e a China impulsionaram fortemente o comércio bilateral desde o início da guerra na Ucrânia, à medida que o comércio da Rússia com o Ocidente foi dizimado por uma ondas de sanções. O comércio bilateral atingiu US$ 240,1 bilhões em 2023, um aumento de 26% em relação ao ano anterior.

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