A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal instaurou um processo administrativo para apurar a eventual prática de transgressão disciplinar média pelo ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, dentro do Centro de Detenção Provisória II, no Complexo da Papuda.
Após analisar o caso, a comissão decidiu segundo Paolla Serra, do O Globo, pelo arquivamento do caso. De acordo com os policiais penais, Vasques poderia ter atuado “maneira inconveniente, faltando com os deveres de urbanidade frente às autoridades, aos funcionários, a outros sentenciados, aos visitantes e aos demais particulares no âmbito do estabelecimento penal”.
A ocorrência foi registrada após uma suposta briga com xingamentos protagonizada entre o ex-PRF e outro detento, durante o banho de sol da ala B da unidade prisional, por volta de 15h25 de 23 de abril deste ano.
Na ocasião, dois agentes da Seape teriam escutado os xingamentos e ido até a entrada do pavilhão para verificarem o que estava acontecendo. Ao chegar no local, os presos disseram que discutiam “por conta de fofocas feitas” e que “as desavenças entre os dois eram constantes”.
Ao prestar depoimento, Vasques contou estar estudando naquela ocasião quando, ao se deslocar para pegar água na parte externa, passou pela cela do outro preso e o ouviu fazendo críticas à policiais em geral.
Em petição à Seape, a defesa de Vasques afirma ainda que, em diversas ocasiões, esse preso tentou “doutrinar” o ex-PRF do ponto de vista religioso, tentando, a todo o custo, convertê-lo a sua religião. O policial, no entanto, teria refutado o “convite religioso de modo ético e respeitoso”.
“Calha rememorar, ainda, que o Peticionário, desde o momento em que ingressou no complexo penitenciário, sempre agiu com urbanidade frente às autoridades, aos funcionários, a outros sentenciados, aos visitantes e aos demais particulares que se fazem presentes nos interiores do do estabelecimento penal, não havendo notícia, portanto, de qualquer fato que venha desabonar sua conduta”, escrevem os advogados de Vasques.
Após analisar o caso, a Comissão Disciplinar montada pela Seape concluiu pela ausência de autoria e materialidade e decidiu pelo arquivamento do processo administrativo contra os dois detentos.
Vasques é investigado pela Polícia Federal por supostamente ter direcionado a PRF para dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno. Na ocasião, teria havido número maior de veículos abordados em cidades do Nordeste, onde o então candidato
Lula da Silva (PT) possuía vantagem de votos em relação à Jair Bolsonaro (PL).