Exercício, anunciado publicamente, é recado a Ocidente após declarações que sugerem maior envolvimento de países da Otan com a guerra na Ucrânia.Em um aparente sinal de alerta a oficiais experientes do Ocidente que falaram sobre a possibilidade de maior envolvimento com a guerra na Ucrânia, a Rússia deu início nesta última terça-feira (22) a uma série de exercícios envolvendo armas nucleares táticas.
É a primeira vez que Moscou anuncia publicamente tais exercícios, que na verdade são rotineiros.
A categoria de armamentos usados nos exercícios inclui bombas aéreas, ogivas para mísseis de curto alcance e munições de artilharia, e são destinadas ao uso em campo de batalha. Elas são menos poderosas que armas estratégicas – ogivas massivas que armam mísseis balísticos intercontinentais e são projetadas para aniquilar cidades inteiras.
Segundo um comunicado do Ministério da Defesa emitido nesta terça, o primeiro estágio dos exercícios consiste em “treino prático na preparação e uso de armas nucleares não estratégicas”, incluindo mísseis de capacidade nuclear Kinzhal e Iskander.
As manobras ocorrem no distrito sul militar, que abrange áreas ao sul do país, incluindo a fronteira com a Ucrânia; a Crimeia, território ucraniano ilegalmente anexado pela Rússia em 2014; e quatro outras regiões ucranianas tomadas em 2022 e parcialmente ocupadas pelas tropas de Moscou.
Os exercícios foram anunciados em 6 de maio e são, segundo o Ministério da Defesa, uma resposta a “declarações provocativas e ameaças de certos oficiais do Ocidente sobre a Federação Russa”.
O anúncio veio após o presidente francês Emmanuel Macron reafirmar que ele não descarta a possibilidade de enviar tropas à Ucrânia e o encarregado da diplomacia britânica David Cameron dizer que enviará a Kiev armas de longo alcance para atingir alvos na Rússia.