Estima que 24 milhões de menores foram expostos a confrontos no Sudão
Ataques a profissionais de ajuda agravam insegurança; deslocados lutam para conseguir alimentos suficientes em meio à rápida subida dos preços; enviado especial continua em contato com as partes em conflito, apelando para que diminuam tensões.
O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, sublinhou que o assassinato de trabalhadores humanitários no Sudão é “injusto”.
As declarações foram feitas em meio a relatos de que dois motoristas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha foram mortos por homens armados no Sul de Darfur, no Sudão, e outros três funcionários ficaram feridos.
Sofrimento de famílias deslocadas
De acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, a cada dia que o conflito no Sudão continua, as necessidades humanitárias aumentam.
Pela primeira vez desde o início do conflito, há um ano, uma equipe da Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, chegou a Omdurman, em Cartum, em uma missão de dois dias.
A agência relatou uma destruição massiva na cidade e encontrou-se com famílias deslocadas que contaram suas lutas para conseguir alimentos suficientes em meio à rápida subida dos preços. De acordo com o Acnur, os deslocados não têm abrigo adequado, medicamentos suficientes nem acesso à educação.
O enviado especial do secretário-geral para o Sudão, Ramtane Lamamra, continua em contato com as partes em conflito, apelando para que diminuam as tensões.
Ameaça em El Fasher
Ele apelou às Forças de Apoio Rápido e às autoridades sudanesas para que se abstivessem de combater em El Fasher e sublinhou que um ataque à cidade teria “consequências devastadoras” para a população civil.
Desde abril, o enviado especial viajou para o Chade, Etiópia e Eritreia para discussões com a União Africana e líderes regionais sobre o caminho a seguir.
Para além do estado de Cartum, a escalada da violência na cidade de El Fasher, em Darfur, está agravando a já perigosa situação de proteção dos civis. De acordo com os dados disponíveis, dezenas de aldeias foram alvo de ataques. Algumas delas ficaram completamente arrasadas, com pessoas inocentes mortas e destruição de propriedades públicas e colheitas.
A violência indiscriminada, incluindo a violência sexual, bem como os casos de crianças separadas e desaparecidas, continuam aumentando.