Relator da Comissão de Digitalização da Câmara, o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) se reuniu, na quinta-feira (25), com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e diretores da autoridade monetária.
Segundo o colunista Ramiro Brites, da Veja, o parlamentar ouviu sobre a falta de recursos, o que poderia afetar a agenda de digitalização do BC. As limitações orçamentárias podem colocar em risco o avanço do Pix e a emissão da nota e duplicata fiscal eletrônica.
“O Banco Central já solicitou ao ministro da Fazenda Fernando Haddad e a ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, que alterasse a previsão orçamentária de 300 milhões de reais para a impressão de papel moeda que não será mais necessária, para 60 milhões de reais para sua área de digitalização”, afirmou Lopes após a reunião com os diretores.
“Diante dessa dificuldade financeira e se ela não for alterada, o BC não terá mais recursos para continuar financiando o programa de inovação do PIX e da duplicata eletrônica”, seguiu.
As informações vêm na esteira de reclamações de Campos Neto sobre o orçamento do banco. A Proposta de Emenda à Constituição 65/23, sobre a autonomia financeira da instituição, está em debate no Congresso. Por um lado, há a necessidade de investir em novas tecnologias. Sob outra ótica, argumentam governistas, a conta será paga pela União e a verba também poderá ser usada para, por exemplo, aumentar salários de servidores.
Em evento, na Legend Capital, nesta semana, ao defender a PEC, Campos Neto externou que “é muito difícil fazer inovação se você não tem autonomia financeira e administrativa”.
“A gente chega num risco de alguma hora falar assim: como a gente vai conseguir rodar o Pix?”, questionou na conversa com os investidores.