“O nosso partido, como todos os partidos grandes, terá que ter candidatura própria”, afirmou o senador durante entrevista à rádio Câmara Salvador
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) revelou nesta última segunda-feira (13) que conversou com o presidente nacional do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab, para relatar a sua pretensão de ser candidato ao Palácio do Planalto em 2022. “Estou me preparando para ser presidente da República. Se você pode ter um capitão na presidência da República, não pode ter um coronel? O nosso partido, como todos os partidos grandes, terá que ter candidatura própria. Com o final das coligações, se o partido não tiver coligações próprias, vai reduzir a quantidade deputados estaduais, federais e até de senadores. A candidatura majoritária é que puxa as bancadas. Os partidos serão obrigados a lançar candidaturas próprias. Já conversei isso com Kassab e o nosso nome já está colocado como pré-candidato”, declarou, em entrevista à rádio Câmara Salvador.
Coronel, que ressaltou gostar de disputar eleições, não descartou a hipótese de ser postulante ao governo da Bahia em 2022, quando acontecerá a sucessão do governador Rui Costa (PT). Disse, porém, que o senador Otto Alencar (PSD-BA) está na frente para ser o postulante ao Palácio de Ondina. “A gente tem que ter uma hierarquia partidária. No meu partido hoje, que é presidido por Otto Alencar, por ele ser uma pessoa com 7.1, ele tem vontade de ser candidato a governador e ser governador, eu não posso lançar o meu nome sem primeiro ele ter a oportunidade disso. Só se lá na frente ele não quiser, aí meu nome estará à disposição”, pontuou.
Coronel também não afastou totalmente a hipótese de ser candidato a prefeito de Salvador no próximo ano. Mas, colocou uma condicionante. “Eu não posso ser candidato de mim mesmo. Uma candidatura desta tem que ter um arco de alianças para te apoiar”, afirmou, ao pedir uma unidade no grupo de Rui para apoiar sua eventual candidatura. Ele já foi prefeito na cidade baiana de Coração Maria.
Coronel revelou as dificuldades para ser eleito senador no ano passado. Disse que o fato de a deputada federal Lídice da Mata (PSB), que queria ser candidata à reeleição ao Senado, ter ficado fora da chapa majoritária quase atrapalhou seu plano de chegar à Câmara Alta do Congresso Nacional. “Eu senti que a parte mais à esquerda realmente não queira marchar (comigo). E uma grande parte não marchou. Vamos ser realistas. Eu tive que suprir essa lacuna com evangélicos. Teve muitos evangélicos que votou em (Irmão) Lázaro e votou em Coronel. (…) Influenciou (o fato de Lídice ficar fora da chapa). A não candidatura de Lídice jogou em cima de Coronel a culpa. Eu não tive culpa. Eu fui escolhido por um partido político. Fui representando o PSD e consequentemente ela saiu. Ela poderia ter ficado zangada com o PT que escolheu Wagner. Não sei por que ela depositou em mim a raiva”, declarou.
Coronel afirmou que, até hoje, o clima é ruim com a deputada socialista. “Ela ficou zangada. Até hoje, eu sinto zanga dela. Mas, eu pelo contrário, eu faço questão de dar risada. Ficou essa mágoa. Não sei por que essa mágoa”, pontuou. Candidato à presidência do Senado neste ano, atribuiu sua derrota ao fato de nove dos 11 senadores do PSD apoiarem a candidatura de Davi Alcolumbre (DEM). “Eu sabia que não tinha chance nenhuma”, admitiu. Coronel criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “O governo Bolsonaro começou muito mal. Focou na Previdência e parece até que se aprovar a Previdência amanhã, o Brasil vai virar o paraíso no dia seguinte. Isso não existe. A Previdência não vai influenciar, talvez, em nada no governo dele. Talvez, após a Previdência, quem vai ser beneficiada são as gestões futuras. Não a gestão atual. Não vai colher os frutos”, afirmou.