segunda-feira 25 de novembro de 2024
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ministro Alexandre Padilha — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados e Brenno Carvalho
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sexta-feira 12 de abril de 2024 às 14:07h

Lira e Padilha acumulam rusgas e atritos desde o início do governo Lula

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A novela que apresenta o mal-estar entre o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) e o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha ganhou mais um capítulo nesta semana em Brasília. A dupla, que acumula rusgas desde os primeiros meses do governo Lula, protagonizou mais uma cena com ofensas de Lira e resposta direcionada de Padilha.

O parlamentar alagoano chamou o ministro de Lula de “incompetente” e “desafeto pessoal” nesta quinta-feira, em um evento no Paraná. As declarações ocorreram enquanto Lira respondia sobre a votação no plenário da Casa que manteve preso o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Em um primeiro momento, a resposta de Padilha foi através de uma publicação nas redes sociais: em um post no X (antigo Twitter), o ministro não mencionou Lira, mas publicou um vídeo em que Lula rasga elogios a ele e ao seu desempenho na articulação política. No dia seguinte, Padilha comentou diretamente o caso, e disse que não iria “descer ao nível” do deputado, além de não guardar rancor do político.

Lira e Padilha estão rompidos o fim de 2023. A partir de então, os assuntos do governo são tratados por Lira com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Desafetos declarados, Lira e Padilha acumulam inúmeros climões e críticas veladas.

Veja a cronologia

  • Padilha “centralizador”: Em entrevista ao GLOBO, em abril do ano passado, Lira criticou Padilha ao reclamar da distribuição de emendas aos deputados. O presidente da Câmara o definiu como “centralizador”: “É um sujeito fino e educado, mas que tem tido dificuldades. Não tem se refletido em uma relação de satisfação boa”.
  • Diálogo cortado: Em outubro, Lira decidiu romper com Padilha. O estopim, segundo aliados do deputado, foi a edição de uma portaria do governo que prevê que a liberação de recursos apadrinhados por parlamentares na área da Saúde deve ser aprovada por um colegiado formado por gestores estaduais e municipais do SUS em cada estado.
  • Recado ao Planalto: Em discurso no início do ano legislativo, em fevereiro, diante de uma plateia de parlamentares e ministros, Lira cobrou o cumprimento de acordos firmados, disse que “errará” quem apostar na inércia da Casa por causa das eleições municipais e elevou a tensão na queda de braço pelo controle do Orçamento ao dizer que a peça orçamentária “pertence a todos e não apenas ao Executivo”.
  • Lula em campo: Lula chamou Lira em uma reunião para aparar arestas entre Congresso e Planalto. Segundo aliados de Lira, o deputado disse que o jogo “estava zerado” e que sua interlocução com o governo se daria com ministro da Casa Civil, Rui Costa, e via um canal mais direto com Lula. Padilha minimizou o rompimento entre eles. “O governo nunca rompeu qualquer diálogo e nunca romperá”. Apesar do movimento, Lira e Padilha ainda não se falam.

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