Com o objetivo de identificar e priorizar áreas estratégicas, estabelecer metas mensuráveis, bem como o monitoramento contínuo das atividades de mapeamento geológico e levantamento de recursos minerais do País, o governo federal criou, no dia 13 de março de 2024, o PlanGeo (Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico e Levantamento de Recursos Minerais) e estabeleceu segundo Francisco Alves, do Brasil Mineral, diretrizes e orientações sobre o mapeamento geológico básico e levantamento de recursos minerais.
No bojo da criação do Plano, o Serviço Geológico do Brasil-SGB lançou no PDAC 2024 a Plataforma de Mapeamento Geológico que segundo o presidente do SGB, Inácio Melo, “não apenas permite acesso simplificado aos mapeamentos realizados ao longo de mais de 50 anos, como garante maior transparência aos projetos em andamento e previsibilidade das nossas ações”.
Ele acrescenta que “o PlanGeo evidencia a relevância do mapeamento geológico e reafirma nosso compromisso com o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Guiados pelas diretrizes do governo federal para uma gestão mais eficiente e responsável, garantiremos acesso a dados estratégicos e transparência nos projetos. Nosso foco é ampliar o conhecimento sobre minerais para transição energética e segurança alimentar, uma demanda global e que tem nossa atenção devido ao potencial geológico do Brasil para se tornar protagonista no fornecimento dessas commodities. Além disso, teremos a previsibilidade em nossas ações, por meio do plano decenal, que será atualizado de forma constante e participativa. Com o PlanGeo, o SGB não só consolida seu papel como instituição de excelência na produção e disseminação de conhecimento geocientífico, mas também se posiciona como indutor do progresso sustentável.”
Segundo o presidente, as informações que estão disponíveis na plataforma “são essenciais para reduzir os riscos exploratórios envolvidos na pesquisa de depósitos minerais, pois garantem maior segurança aos investidores e impulsionam o desenvolvimento do setor mineral brasileiro”.
Já o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, afirma que a Plataforma apresenta o “Estado da Arte” do mapeamento geológico no Brasil, “em diferentes escalas de referência, com acesso fácil e tempestivo aos produtos resultantes dos projetos realizados ao longo de três ciclos de execução (1969-1993, 1994-2002, 2003-atual). Também disponibiliza o Plano de Trabalho 2024 de mapeamento geológico do SGB, com todas as informações básicas dos projetos atualmente em desenvolvimento pelo órgão, visando dar “ampla transparência aos recursos investidos”.
Para Valdir Silveira, o PlanGeo de certa forma é decorrência do Plano de Mineração 2030, que foi lançado em 2010/2011, o qual continha uma série de ações transversais do MCTI e MME e que determinava algumas tarefas a serem desenvolvidas pelo SGB. Ele lembra que esse plano já contemplava os minerais estratégicos, em três linhas: minerais estratégicos, minerais portadores de futuro e minerais que eram importantes para a balança comercial do País. “Naquele momento, os minerais críticos para o Brasil eram o fosfato e o potássio”, diz ele, acrescentando que o PlanGeo chega para dar transparência a tudo isso que começou lá atrás. “Estamos simplesmente organizando os dados e disponibilizando de forma transparente. Ou seja, todas as informações de planejamento que eram internas, de avanço de mapeamento, de aerogeofísica, de geoquímica, que eram apresentadas apenas em eventos, agora estão disponibilizadas para o público em geral e de forma que podem ser acessadas e compreendidas inclusive por pessoas leigas”.
Lúcia Travassos, assessora da DGM e que coordena a Plataforma do Mapeamento, juntamente com o pesquisador Marcos Ferreira, acrescenta que “o sistema é bastante intuitivo, permitindo acesso rápido a todos os produtos de mapeamentos realizados nas várias escalas, desde o início da atuação da CPRM, até aqueles recentemente finalizados. Todos os produtos resultantes de um projeto de mapeamento são disponibilizados, como mapas geológicos, os conjuntos de vetores relacionados ao mapa e os relatórios de mapeamento, onde se encontram informações mais detalhadas sobre a geologia das áreas trabalhadas. Além disso, a plataforma contém nosso plano atual de trabalho, com informações sobre todas as áreas que estão sendo mapeadas no País, incluindo os planos de gerenciamento de projetos, onde são apresentadas informações sobre orçamento, corpo técnico, cronograma anual de execução, produtos esperados, etc”.
Tanto Valdir Silveira quanto Lúcia Travassos ressaltam que, além da transparência, a plataforma apresenta a facilidade de navegação, podendo ser explorada por qualquer pessoa, por menos conhecimento que tenha da geologia. Os usuários podem, a partir da consulta, extrair informações com gráficos estatísticos e números.