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Traseira do Renault branco ficou destruída após ser atingida pelo Porsche azul — Foto: Rômulo D'Ávila/TV Globo
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segunda-feira 1 de abril de 2024 às 11:41h

Vídeo mostra batida de Porsche em Sandero; assista

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Vídeos gravados por câmeras de segurança mostram o momento que o Porsche Carrera dirigido pelo universitário Fernando Sastre de Andrade Filho bate na traseira do Renault Sandero guiado pelo motorista por aplicativo Orlando da Silva Viana.

O caso ocorreu na madrugada deste domingo (31) na Avenida Salim Farah Maluf, na Zona Leste de São Paulo. Segundo testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, o condutor do carro de luxo estava em alta velocidade. O limite de velocidade para a via é de 50 km/h.

A Polícia Técnico-Científica vai analisar as imagens para determinar qual foi a velocidade do Porsche no momento da colisão com o Sandero. O laudo pericial irá informar se o carro de luxo estava com velocidade acima do limite para o trecho.

Orlando foi socorrido por uma ambulância dos Bombeiros. Ele foi levado com parada cardiorrespiratória ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde não resistiu e morreu. O motorista tinha 52 anos e estava sozinho no veículo. Procurados pela reportagem, dois filhos dele não quiseram conversar. Segundo policiais, ele seria sepultado nesta segunda-feira (1º) num cemitério da Grande São Paulo.

Um amigo de Fernando, um jovem de 22 anos, foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Hospital São Luiz no Tatuapé. Até a última atualização desta reportagem ele continuava internado no hospital particular. As autoridades não informaram, no entanto, se ele se feriu e nem seu estado de saúde. Ou ainda se foi ouvido pela investigação para contar sua versão do que ocorreu.

De acordo com o boletim de ocorrência do caso, a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, falou para os agentes da Polícia Militar (PM) que atendiam a ocorrência no local que iria levar seu filho para o Hospital São Luiz no Ibirapuera, na Zona Sul da capital, porque ele tinha um “leve ferimento” na boca.

Mas quando os policiais militares foram ao hospital particular para ouvir a versão do motorista do Porsche e fazer o teste do bafômetro nele, para saber se ele dirigia sob efeito de bebida alcóolica, não o encontraram. A mulher que o levou também não estava no local.

Diante disso, a Polícia Civil considerou que Fernando fugiu. Por esse motivo, registrou o caso como homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa (não intencional) na direção de veículo automotor e fuga do local do acidente. A investigação está sendo feita pelo 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé.

Até a última atualização desta reportagem, Fernando não havia se apresentando na delegacia. A reportagem não conseguiu localizar o motorista e Daniela para falarem do assunto.

Procurada pelo g1, sua advogada, Carine Acardo Garcia, falou que não iria se pronunciar neste momento. “Peço que aguarde. Vamos nos inteirar do caso nesta data e tão logo haverá manifestação de nossa parte”, disse Carine, por meio de nota. De acordo com ela, seu cliente está em estado de “choque” por causa do acidente.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a polícia procura Fernando para prestar esclarecimentos sobre o acidente. Ele ainda não foi ouvido ou responsabilizado pelos crimes.

A Polícia Militar informou ainda que irá apurar se os policiais militares erraram ao permitir que Fernando deixasse o local do acidente com a sua mãe para ir supostamente a um hospital, o que não ocorreu.

“Que liberaram, é fato. Trataram, inicialmente, como vítima. Vamos analisar se houve alguma falha no procedimento operacional. É preciso analisar caso a casa, mas não é incomum liberar a vítima para ir por conta própria [a um hospital], caso ela tenha condições”, falou ao g1 o coronel Emerson Massera, porta-voz da PM de São Paulo.
O ouvidor Claudio Silva também disse à reportagem que a Ouvidoria da Polícia Civil iria procurar a Corregedoria da Polícia Militar para que ela apurasse se conduta dos agentes que atenderam a ocorrência entre o Porsche e o Sandero foi correta.

Policiais civis ouvidos pela reportagem disseram que os policiais militares demoraram quase cinco horas para comunicarem um acidente com morte na delegacia e que deveriam ter feito o teste do bafômetro no local e não procurar o motorista num hospital para fazer isso.

Duas testemunhas da batida entre o Porsche e o Renault, um homem e uma mulher, contaram que estavam dentro de outro veículo, um Hyundai HB20, quando viram o carro de luxo fazer uma ultrapassagem em alta velocidade e perder “o controle, colidindo na traseira do automóvel” onde estava Ornaldo.

Um relógio do motorista do Porsche, encontrado dentro do veículo, foi apreendido pelos policiais.

O Porsche azul 911 Carrera GTS, ano 2023, que é do rapaz, está avaliado em mais de R$ 1 milhão.

O Renault Sandero branco EXP, ano 2017, guiado por Ornaldo, custava em torno de R$ 40 mil. O automóvel ficou praticamente destruído pelo Porsche.

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