O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou minimizar nesta última segunda-feira (25) as suspeitas de que teria pedido asilo político ao governo da Hungria, depois de ter se transformado em um alvo de investigação da Polícia Federal e ter seu passaporte apreendido. Bolsonaro afirmou que tem sido “perseguido” e disse que não é crime dormir na embaixada ou falar com embaixador.
Nesta segunda-feira, o jornal “The New York Times” registrou que Bolsonaro dormiu duas noites na embaixada da Hungria em Brasília depois de ter seu passaporte apreendido, em fevereiro. O governo da Hungria é comandado por Victor Orban, aliado do ex-presidente.
Depois da divulgação da reportagem do jornal norte-americano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, deu o prazo de 48 horas para Bolsonaro se explicar sobre a visita à embaixada da Hungria.
O ex-presidente evitou falar sobre o motivo de ter procurado a embaixada. Ao ser abordado pela imprensa sobre qual explicação dará a Moraes, Bolsonaro retrucou e questionou se “porventura” é “crime” “dormir na embaixada”.
Perguntado sobre o motivo de ter dormido na embaixada, respondeu rispidamente. “Não vou te responder porque tem muita senhora aqui. Não há crime nenhum nisso. Porventura dormir na embaixada, conversar com o embaixador, há algum crime nisso? Tenha a santa paciência. Chega de perseguir”, disse Bolsonaro, depois de participar de uma homenagem à sua esposa, Michelle Bolsonaro, no Theatro Municipal, em São Paulo.
Na sequência, Bolsonaro ironizou outra investigação da qual é alvo, a de ter supostamente importunado uma baleia no litoral paulista. Citou ainda o caso da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada há seis anos. No domingo, suspeitos de terem sido os mandantes da morte da ex-vereadora foram presos.
“Quer perguntar da baleia, da Marielle Franco? Passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Seis anos. Acabou o assunto agora? Vamos falar da Marielle? Vamos falar dos móveis do Alvorada? Chega de perseguir. Dá um pouco de paz”, disse o ex-presidente.
Ao tentar afirmar que não tem vínculo com o assassinato de Marielle, Bolsonaro disse não ter votação em áreas controladas pela milícia no Rio de Janeiro.