sábado 23 de novembro de 2024
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; o presidente Lula; e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates — Foto: Divulgação
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segunda-feira 11 de março de 2024 às 09:56h

Lula deu a palavra final e fez valer decisão que levou Petrobras a não distribuir dividendo extraordinário a acionistas

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O presidente Lula da Silva (PT), assumiu segundo Carter, do Agenda do Poder, um papel decisivo na disputa interna da Petrobras sobre o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas. O desfecho ocorreu após duas reuniões no Palácio do Planalto, envolvendo ministros, diretores e conselheiros da empresa.

Os encontros, que não constaram na agenda oficial, evidenciaram a divergência entre o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, e os conselheiros do governo liderados por Pietro Mendes, indicado pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. As informações são de Malu Gaspar, em O Globo.

Prates advogava pela distribuição de 50% dos recursos remanescentes no caixa, após o pagamento dos dividendos regulares, totalizando R$ 43,9 bilhões. Por outro lado, o grupo de Silveira propunha reter todo o montante em um fundo de reserva. Com a maioria das ações da Petrobras, o governo detém seis dos onze conselheiros, enquanto os demais representam acionistas minoritários e funcionários.

Diante da falta de consenso interno, a disputa chegou ao conhecimento de Lula, que convocou uma reunião com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Fernando Haddad (Fazenda) na última terça-feira (5).

Na reunião, Prates alertou que a não distribuição dos dividendos extras poderia impactar negativamente o valor de mercado da empresa, argumentando que não existia risco financeiro na realização dos pagamentos. Silveira, por sua vez, baseava-se em um estudo técnico, argumentando que a distribuição afetaria a capacidade da Petrobras de obter financiamento para seu plano de investimentos de US$ 102 bilhões.

Sem conclusão na primeira reunião, uma nova sessão foi agendada para o dia seguinte, envolvendo também o diretor financeiro, Sérgio Caetano Leite, o presidente do conselho, Pietro Mendes, e o conselheiro Bruno Moretti. Durante a segunda apresentação, Leite e Mendes tiveram uma acalorada discussão na presença de Lula, que desempatou a favor da proposta de não distribuir o dividendo extra.

O presidente da Petrobras ficou descontente com a decisão de Lula, chegando a colocar seu cargo à disposição, o que Prates nega. Na sexta-feira (8), o mercado financeiro reagiu negativamente à decisão, resultando em uma venda massiva de ações e uma desvalorização de mais de 10% no valor de mercado da Petrobras, totalizando uma perda de R$ 55 bilhões em um único dia.

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