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Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu - Foto: DW
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segunda-feira 11 de março de 2024 às 06:33h

Guerra em Gaza: cresce pressão sobre Israel após críticas de EUA e Alemanha

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Biden diz que Netanyahu mais prejudica que ajuda Israel em Gaza. Vice-chanceler alemão pede que governo israelense mude estratégia. Militares americanos enviam material para píer humanitário em enclave palestino.O presidente dos EUA, Joe Biden, disse acreditar que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está “prejudicando mais do que ajudando Israel” com a postura adotada na guerra em Gaza, ao resistir em evitar mais mortes de civis no enclave.

O governante americano advertiu que, embora Israel tenha direito a se defender, Netanyahu “deve prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”.

“Eu nunca vou abandonar Israel. A defesa de Israel ainda é fundamental”, ressaltou Biden neste sábado (10/03) em uma entrevista ao canal de TV americano MSNBC, ao responder uma pergunta sobre se haveria uma linha vermelha para Israel.

“Portanto, não há uma linha vermelha [na qual] eu vou cortar todas as armas para que eles não tenham o Iron Dome para protegê-los”, acrescentou ele, em referência ao sistema de defesa aérea de Israel.

“Mas há linhas vermelhas que, se forem ultrapassadas”, disse Biden, antes de mudar de rumo e acrescentar: “Não se pode ter mais 30 mil palestinos mortos como consequência de ir atrás do [Hamas].

O Hamas é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo os EUA, Israel e Alemanha.

Biden descreveu o número de mortos em Gaza, que ultrapassa 31 mil, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, como “contrário a tudo aquilo que Israel representa”.

Ele repetiu especialmente os avisos de uma invasão israelense na cidade de Rafah, em Gaza, onde mais de 1,3 milhão de palestinos estão abrigados, tendo fugido de outras partes da faixa nos últimos cinco meses.

Ao responder uma pergunta sobre se ainda seria possível chegar a um cessar-fogo antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã, que começa na noite deste domingo, Biden disse: “Acho que sempre é possível. Eu nunca desisto disso”.

Repercutindo a fala de Biden, o vice-chanceler alemão e ministro da Economia, Robert Habeck, pediu a Israel que mude sua forma de operar em Gaza. “Israel deve mudar sua estratégia na Faixa de Gaza”, disse ele a repórteres em Nova York, após uma reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Isso não significa que Israel não deva lutar contra o Hamas, mas o número de vítimas civis é muito alto”, acrescentou.

Ele disse que a Alemanha não pode aceitar uma completa falta de proteção aos civis e que a crise humanitária em Gaza mostra “condições insustentáveis”.

Mortos passam de 31 mil

Neste domingo (10/03), o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrado pelo Hamas, divulgou novos números de vítimas civis, aumentando para 31.045 o número de mortos pelos ataques israelenses no enclave, com 72.654 palestinos feridos.

Ainda de acordo com o órgâo, 85 pessoas foram mortas e 130 ficaram feridas só nas últimas 24 horas, sendo que 25 pessoas perderam a vida por fome ou sede, devido à situação catastrófica da região.

Os números não podem ser verificados de forma independente. De acordo com a ONU e outros observadores, as informações fornecidas pela autoridade costumam ser confiáveis. Os números não diferenciam entre civis e militantes armados.

Navio a caminho de Gaza

Os EUA afirmaram que um navio do Exército está a caminho da região do Mediterrâneo Oriental para ajudar a fornecer o material para construção de um píer na costa da Faixa de Gaza para ajudar na tão necessária assistência humanitária ao enclave, conforme anunciado nesta semana por Washington. Um navio com mantimentos patrocinado pela UE deve zarpar de Chipre neste fim de semana.

O Comando Central dos EUA (Centcom) anunciou nas mídias sociais que o navio de suporte logístico do Exército dos EUA, General Frank S. Besson, já estava a caminho da região.

O Centcom observou que o navio começou a se movimentar “menos de 36 horas depois que o presidente [Joe] Biden anunciou que os EUA forneceriam assistência humanitária a Gaza por via marítima”.

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