Único alagoano na CPI da Braskem, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) disse segundo a coluna de Bela Megale, do O Globo, que seu conterrâneo Renan Calheiros pode ser investigado pela Comissão.
Aliado de primeira hora do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e inimigo político de Renan, Rodrigo Cunha tentou barrar a criação da CPI, mas agora critica o colega que saiu do colegiado porque não se viabilizou relator.
— Ele (Renan Calheiros) foi o presidente dessa empresa (Braskem) de que nós estamos falando. O resgate, hoje feito, dizendo que os problemas não começaram em 2018, e sim desde 1975, que inicia essa exploração, o coloca também numa situação que pode ser investigado. Temos aqui um passo a passo a ser seguido. Além disso, os senhores podem fazer qualquer pesquisa hoje, a informação é acessível a todos, ele foi denunciado, ele foi indiciado pela Polícia Federal, por receber propina direcionada e beneficiar a própria Braskem. Então, a presença dele como relator aqui contaminaria todo o processo — disse Rodrigo Cunha. A declaração foi dada à TV Senado.
O parlamentar se refere à empresa Salgema S/A, que, após a privatização, originou a Braskem. A assessoria de Renan afirma que o senador nunca foi presidente da companhia, mas sim integrante de seu conselho administrativo em 1993 e 1994, porque, na época, era vice-presidente de outra estatal ligada ao ramo, a Petroquisa.
Sobre o indiciamento da Polícia Federal, o inquérito foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por avaliar que a obtenção de provas foi “insuficiente”.