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quinta-feira 29 de fevereiro de 2024 às 07:12h

Dossiê, ofensas e até ameaça de morte: entenda a guerra no União Brasil, que tem eleição marcada para esta quinta-feira

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Em uma escalada da crise que envolve a sucessão no União Brasil, o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE), fez nesta última quarta-feira (28) conforme Bruno Góes, do O Globo, ataques públicos a seu ex-aliado e hoje rival na disputa, o vice Antônio Rueda, e sinalizou que a eleição interna marcada para hoje pode ser adiada. Adversários, no entanto, afirmam que ele não teria competência para postergar a votação nem invalidar chapas. Com suposto dossiê de denúncias e até relato de ameaça de morte, o clima foi descrito por Bivar a parlamentares, segundo a colunista Bela Megale, do Globo, como “pior que Israel e Hamas na Faixa de Gaza”.

Nesta quarta-feira, o presidente do União recebeu a imprensa com um envelope escrito “denúncias”, mas, durante a entrevista, não apresentou provas do que teria contra o adversário. Ao seu lado estavam poucos aliados, o que reforça o cenário de isolamento no partido.

Bivar e Rueda encabeçam chapas adversárias para comandar a legenda, em votação marcada para hoje às 9h. O presidente do partido afirmou que os advogados da sigla estão analisando a formação das chapas para saber se a eleição seria realizada.

— As chapas ainda não foram examinadas em suas minúcias. Então, a gente não pode dizer ainda dessa situação, com relação a posicionamento do partido a respeito da legalidade das chapas — disse Bivar.

De acordo com técnicos aliados de Rueda, um movimento de Bivar para barrar a eleição seria frustrado em “10 minutos”, com deliberação pela Executiva a favor da continuidade do processo.

Histórico de desunião — Foto: Editoria de Arte
Histórico de desunião — Foto: Editoria de Arte/O Globo

Ofensas e busca de apoio

Durante a coletiva de imprensa, Bivar chamou o rival de “covarde” e deu sua versão sobre telefonema entre ambos na segunda-feira. Também disse que o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), apoiador de Rueda, poderia ter um concorrente interno nas eleições para a presidência da Câmara, em fevereiro do ano que vem.

— Denúncias (contra Rueda) têm aqui (no envelope). Certamente vou abrir uma investigação disso. Como as denúncias são graves, posso até levar ao Ministério Público. Mas não posso antecipar porque eu não sei se procede. Essas denúncias são de toda sorte, é incrível. Um partido que não pode estar na mão de quem quer fazer negócios — disse Bivar.

Elmar, por sua vez, em reunião com cerca de 20 deputados na manhã de terça, disse que Bivar teria ameaçado de morte Rueda e familiares, segundo o colunista Lauro Jardim, do GLOBO. O deputado disse ter ouvido gravação da conversa na qual Bivar, segundo ele, repete diversas vezes que sabe onde Rueda mora, onde circula, além de citar a rotina de sua família.

Bivar nega ter ameaçado a família de Rueda, mas reconhece que discutiu e proferiu xingamentos ao telefone. Também insinuou que a conversa poderia ter sido “picotada” e tirada do contexto para prejudicá-lo.

— Eu sou um cara pacífico. Acho que a pior coisa é você ser sórdido e covarde. Não estou dizendo que ele (Rueda) seja. Mas há determinadas coisas na vida que você (não faz). Eu disse (na ligação) que aquelas propostas indecorosas que ele estava fazendo eu não aceitava — disse Bivar, que não quis dizer quais seriam as propostas de Rueda.

Procurado, Rueda não quis se manifestar. O vice, porém, comunicou a aliados na terça-feira que iria à polícia registrar uma ocorrência contra o atual chefe da sigla.

Crises em sequência

A disputa escancarou o racha na legenda criada há apenas dois anos, fruto da fusão entre DEM e PSL. Rueda tem apoio da maioria dos parlamentares e dirigentes da legenda e deve ter ACM Neto, ex-presidente do DEM, como vice. Bivar, por sua vez, passou a cobrar a fidelidade de aliados que eram filiados ao PSL para se manter no poder.

Durante sua gestão, Bivar acumulou crises em estados como Rio, Amazonas, Maranhão, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Acre, com ameaças constantes de debandada da sigla. Em abril, quando parlamentares do Rio fizeram um pedido de desfiliação da sigla ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os insatisfeitos colocaram no papel o que teria sido um marco da gestão de Bivar.

A ação diz que o presidente do União e seus aliados criaram “dezenas de comissões municipais, destinadas a fabricar a ‘maioria que precisavam’ para impedir, por exemplo, que o deputado Mendonça Filho assumisse o partido em Pernambuco, estado pelo qual Bivar também foi eleito.

Antes da fusão entre PSL e DEM, Rueda era próximo de Bivar e foi nomeado vice do União com seu seu apoio.

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