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sábado 4 de maio de 2019 às 05:24h

AL-BA concede Comenda 2 de Julho ao secretário Carlos Martins

POLÍTICA


O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, recebeu nesta última sexta-feira (3) a mais alta honraria da Assembleia Legislativa da Bahia, a Comenda 2 de Julho pelos serviços prestados ao Estado. Autor da proposição, o deputado Marcelino Galo (PT) destacou que “no momento de extrema crise política do Brasil e que ameaça se espalhar por todos os demais setores e instituições, estarmos juntos e podermos homenagear um camarada como Carlos Martins é algo que devemos comemorar”.

Galo se declarou, no discurso de saudação, “mais honrado do que o próprio homenageado”, pessoa “com quem se participa de várias lutas e com quem se compartilha as vitórias, se transforma em camarada e termina irmão”.

O secretário agradeceu. Declinou que recebeu a Comenda “com muita alegria e gratidão a Marcelino Galo e aos outros 62 deputados que apoiaram a inciativa da homenagem”.

Resistência

“Dois de Julho sempre significa pra gente liberdade, resistência e fico muito contente em dividir esse prêmio, não como um reconhecimento pessoal, mas como um esforço coletivo. Divido a Comenda com todos os meus amigos e companheiros do Sindiquímica, do PT, da minha cidade Candeias, com meus familiares. É uma construção coletiva que me levou até esta honraria, a mais alta da Assembleia Legislativa. Só tenho a agradecer e ficar muito contente”, declarou Carlos Martins.

Marcelino Galo discorreu sobre a vida pessoal e pública do secretário, natural de Candeias, município da Região Metropolitana de Salvador, nascido em “família humilde” e que “aprendeu cedo que para conquistar seus sonhos era preciso muito esforço e dedicação. E através dos estudos começa a sua batalha para melhorar de vida e toma consciência da luta entre os que tudo tinham e os que a tudo faltava”.

Carlos Martins iniciou a vida política pela porta do movimento sindical do Polo Petroquímico de Camaçari; foi fundador do PT na Bahia, “seguiu firme no seu propósito de construção de um país mais igual e dedicou mais de uma década de vida ao sindicalismo, ao lado de Jaques Wagner e de outros companheiros e companheiras, liderando manifestações, mediando negociações”, ressaltou Galo.

O secretário também lembrou os “quase 40 anos de militância politica, de luta pelos mais pobres, de participação em diversas áreas como a Delegacia Regional do Trabalho, a Secretaria da Fazenda, de Desenvolvimento Urbano e agora de Justiça. Ao longo desse tempo, contamos com uma equipe muito boa, com companheiros que estiveram ao nosso lado o tempo todo, em especial a prefeita Moema Gramacho e o governador Jaques Wagner”, recordou.

Homem “reto, trabalhador e sério”, na qualificação de Galo, o secretário, além de dirigente do Sindiquímica, da Confederação Nacional dos Químicos e conselheiro do Sesi/Senai e de Sesc/Senac, em 2003, foi nomeado pelo então presidente Lula para a Delegacia Regional do Trabalho, “entrando para a história” ao criar o grupo especial de combate ao trabalho escravo na Bahia. Em 2007, assume a Secretaria da Fazenda.

Marcelino Galo destacou as ações de Martins à frente da Pasta e lembrou que em 2013 “teve papel fundamental na transição da Companhia de Transportes de Salvador (CTS) para o Governo do Estado, passando a se chamar Companhia de Transportes da Bahia (CTB)”, que deu início ao projeto do metrô de Salvador, “começando, assim, uma verdadeira transformação na mobilidade urbana da capital”.

No começo de 2015, já na gestão de Rui Costa, Carlos Martins assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Em 2017, foi para a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), “onde desenvolve importantes trabalhos focados em questões sociais, de direitos humanos e cidadania”.

Segundo historiou Marcelino Galo, com Carlos Martins a rede de proteção social da Bahia foi ampliada. Também intensificou a Caravana da Justiça Social, “que beneficiou mais de 100 mil pessoas”. As ações focadas na juventude em vulnerabilidade social, negros, pessoas com deficiência e comunidade LGBT também foram ampliadas na gestão de Martins.

Para candidatar-se a deputado, se licenciou da SJDHS em abril de 2018, para onde voltou no início deste ano. “Carlos Martins segue se doando à Bahia e levando a sua capacidade de realização e a sua identidade com o povo para conquistar mais para o Estado”, declarou o autor da homenagem, para quem, “por sua luta, por sua história, por seu caráter e pela importância do seu trabalho em prol da classe trabalhadora e dos mais pobres, essa Comenda se faz com justiça e merecimento. Negro, pobre, estudioso e dedicado como a maioria do povo do nosso Estado”, ele merece a homenagem, concluiu Marcelino Galo.

Ao analisar o futuro, Martins decretou que, “daqui pra frente, a luta continua!” “Vivemos momento difícil, sombrio, onde vamos ter que lutar muito pra restaurar os pilares de uma democracia forte no país, a preocupação com a justiça social, com os que mais precisam. Vejo tudo isso com muita preocupação”, declarou.

Na análise do homenageado, o grande desafio agora é pacificar o país. “Estamos vindo de uma esfera de brigas e disputas cada vez mais sem sentido, que foge ao caminho da política”. Para ele, o Governo Federal deveria traçar algumas linhas mestras de agenda de reforma tributária, de reforma política, de reforma do Judiciário; executar uma política de emprego e renda, “de justiça social para que possamos continuar crescendo”.

Aqui no Estado, na opinião do secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, o governador Rui Costa “está fazendo uma excelente gestão, aproveitando toda uma conjuntura anterior de Jaques Wagner, que preparou as bases e Rui Costa, com muita austeridade e muita competência, tem levado isso adiante”.

Para Carlos Martins, “a Bahia é um exemplo de gestão e tenho certeza que continuaremos neste caminho, fazendo com que a Bahia seja vista, muito bem vista, em níveis nacional e internacional”.Carlos Martins recebeu a Comenda Dois de Julho das mãos da neta Sofia, do filho Igor de Jesus Santana, que compôs a Mesa Diretora da sessão especial representando a família do homenageado, e da mulher Marli.

O secretário foi conduzido ao plenário por uma comissão de índios Pataxó sob o ritual do Toré, com a entoação de cânticos tradicionais e ancestrais da tribo.

Compuseram a Mesa da sessão especial, além do proponente da honraria e presidente da sessão Marcelino Galo, a deputada Maria del Carmem (PT); o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, representando o governador Rui Costa; o procurador Adriani Vasconcelos Pazelli, representando a Procuradoria Geral de Justiça; a procuradora Analeide Leite Accioly; a prefeita Moema Gramacho; o coronel Admar Fontes, representando o Comando da Polícia Militar; o diretor do Sindsefaz, Cláudio Meireles; o filho do homenageado Igor Santana e Kahu Pataxó, presidente do Movimento Unidos dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoíba).

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