Nada menos do que 124 câmeras de segurança, fundamentais na vigilância da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, estavam sem funcionar, de acordo com um relatório de inteligência produzido por autoridades policiais em maio de 2021, ainda no governo Bolsonaro.
O documento também aponta conforme O Globo, que o sistema de monitoramento era obsoleto e teria que ser modernizado (ele foi comprado em 2009). Mais: diversos incidentes reputados como graves não estavam sendo registrados por causa dessa falha que, de acordo com agentes da penitenciária, não foi sanada desde então.
Um outro relatório de inteligência a que as autoridades tiveram acesso confirma que a omissão e o descaso facilitaram a vida dos dois criminosos que fugiram do presidio de Mossoró na madrugada de quarta-feira passada. Esse segundo relatório é datado de agosto de 2023, já no governo Lula, portanto. Nele, está narrado que a área do shaft (onde ficam as tubulações) não era protegida.
O relatório alertava ainda que era preciso resolver o problema “com urgência”, uma vez que o shaft poderia ser acessado a partir da cela se um preso resolvesse retirar a luminária dali — uma antecipação exata do que aconteceu na fuga dos dois criminosos. No documento há fotos que detalham a falha de segurança percebida.