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quinta-feira 15 de fevereiro de 2024 às 15:21h

PSDB vê perda de espaço e trabalha para ter candidato à Presidência em 2026

ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS, POLÍTICA


Pressionado a recuperar o terreno perdido nas últimas eleições, o PSDB inicia 2024 com o desafio de lançar candidaturas estratégicas no pleito municipal e construir uma candidatura nacional para 2026.

Hoje, mesmo depois de deixar o comando do partido e ser substituído pelo ex-senador Marconi Perillo (PSDB-GO), quem tem o nome colocado sobre a mesa é o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Adversários do gaúcho citam, por outro lado, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) como alternativa. Uma aliança com o Podemos também está no horizonte, diz  Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto, do jornal Valor.

O gaúcho quase foi candidato em 2022, e mantém viva a pretensão de disputar a Presidência da República em 2026. A interlocutores, tem dito que a eleição municipal será determinante para a definição de sua estratégia para a próxima corrida nacional. Isso porque a perspectiva de a centro-direita estar congestionada na disputa presidencial faz com possa se destacar entre os demais adversários desse campo político. Nesse sentido, sua estratégia seria se apresentar como o postulante “menos bolsonarizado”.

Os também governadores Ronaldo Caiado (Goiás, do União Brasil) e Romeu Zema (Minas Gerais, do Novo) já são nome pré-colocados para as eleições. Ambos sempre foram próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Leite se opôs em diversos momentos durante a gestão do ex-mandatário.

Antes, contudo, Leite reconhece a interlocutores que neste ano o PSDB deve enfrentar uma das eleições “mais complicadas” de sua história. A expectativa é que o partido consiga eleger menos prefeitos, o que pode fragilizar a legenda nas negociações para a disputa de 2026. Em 2020, os tucanos viveram drama semelhante e elegeram 345 prefeitos, frente aos 531 vitoriosos na disputa de 2016.

Apesar desse possível cenário, o governador gaúcho descarta a possibilidade de migrar para outra sigla com o objetivo de se tornar um candidato mais competitivo. Ele já tem conversado com a presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), para debater uma eventual aliança.

Entre as alternativas levantadas, a federação conta com a simpatia de correligionários de Leite e Renata. Até mesmo uma incorporação poderia sair do papel. Ainda que o tema já tenha sido discutido, o martelo só será batido após a corrida municipal.

Nos bastidores, Renata tem afirmado que considera positiva a entrada de Leite na disputa nacional e demonstra abertura para colocar na mesa uma eventual incorporação com os tucanos.

Por outro lado, rivais internos de Leite negam que sua candidatura seja dada como certa no PSDB e apontam o deputado Aécio Neves como alternativa. A entrada do mineiro no comando do Instituto Teotônio Vilela teria colocado o nome dele de volta ao tabuleiro, por comprovar o prestígio interno do parlamentar de Minas Gerais depois que ele foi absolvido da acusação de corrupção passiva.

A resistência a Leite ocorre principalmente no PSDB de São Paulo, que foi determinante para que ele fosse derrotado por João Doria nas prévias do partido em 2022.

O presidente do PSDB na capital paulista, Fernando Alfredo já chegou a declarar que não trabalha pela candidatura de Leite e que prefere apoiar Aécio, de quem já pediu a expulsão da legenda em função das investigações da Lava-Jato, hoje já arquivadas. O dirigente do PSDB paulistano trava uma disputa com aliados de Leite pelo comando local da sigla.

No fim de janeiro, Perillo, que é um importante aliado de Aécio, encontrou-se com Leite no Palácio Piratini e acenaram para a possibilidade de os tucanos apresentarem candidaturas próprias em pelo menos dez capitais do país, entre elas, Porto Alegre, Campo Grande e Curitiba.

Durante o jantar na sede do governo gaúcho, o dirigente tucano fez um gesto positivo às pretensões de Leite em 2026. Ao Valor, ele disse que não deixará que o partido cometa novamente “o erro” de não ter candidatura própria. “Entendemos que Eduardo Leite é o melhor candidato e o PSDB se prepara para lançá-lo em 2026. Todos os partidos têm direito de escolher seus candidatos e, na hora certa, poderá haver uma discussão sobre alianças”, destacou Perillo.

A interlocutores, o próprio Aécio refuta os rumores de que pode se lançar na corrida nacional e tem afirmado que Leite é a aposta dos tucanos em 2026. O governador gaúcho tem afirmado nos bastidores que não pretende ampliar uma pré-campanha antes de 2026. Para ele, é necessário garantir uma boa avaliação de sua gestão para “chegar bem” à corrida nacional.

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