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quinta-feira 15 de fevereiro de 2024 às 08:10h

Ex-presidente do Senado se coloca como alternativa governista para sucessão de Lira

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Ex-presidente do Senado Federal e ex-ministro das Comunicações no primeiro governo Lula (PT), o deputado federal Eunício Oliveira (MDB-CE) tenta se posicionar segundo Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro, do jornal Valor, como alternativa governista para a disputa da presidência da Câmara dos Deputados, na eleição ocorrerá em 1º de fevereiro de 2025. “Honestamente, não descarto sair candidato”, afirmou.

Até agora, a maioria dos candidatos é de partidos que se dividem entre a oposição e o governismo, como o líder do União Brasil, o deputado baiano Elmar Nascimento, e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP). As duas siglas têm apoiado os projetos do Executivo, mas não se declaram abertamente parte da base aliada. Quem se apresenta como candidato e que é mais alinhado ao governo neste momento é o líder do PSD, Antônio Britto (BA).

Outros deputados são citados como potenciais candidatos, como o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), o líder do PP, doutor Luizinho Teixeira (RJ), e o presidente da bancada ruralista, Pedro Lupion (PP-PR). O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que também terá candidato próprio para marcar posição.

Eunício tem conversado com integrantes do governo e partidos de esquerda para defender que esse grupo tenha um candidato próprio na eleição, e assim evitar que os governistas fiquem tão reféns do “Centrão” e isolados na Casa. Nesses encontros, ele tem se colocado à disposição para ser este candidato, mas ressaltado que não entrará em “aventura” e só levará adiante a ideia se encontrar respaldo dos partidos.

Para ele, o governo cometeu um erro estratégico quando desistiu de construir candidatura alternativa e apoiou a reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lira já contava com o apoio de parte do “Centrão” e da oposição na época e, com isso, relegou os governistas a cargos menores na Mesa Diretora e no comando das comissões.

“Nada contra meu amigo Arthur Lira, mas é a primeira vez que vejo quem ganhou a eleição não estar no poder”, afirmou o emedebista ao Valor.

A aliança que tentou reeleger Bolsonaro, formada por PP, PL e Republicanos, ocupa três dos quatro cargos mais importantes de direção da Casa: Lira (PP) é o presidente, Marcos Pereira é o primeiro-vice e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o segundo-vice. O União Brasil, que teve candidata na eleição presidencial e não apoiou ninguém no segundo turno, comanda a primeira-secretaria, espécie de “prefeitura” da Câmara. Já o PT ficou apenas com a segunda-secretaria, cuja principal atribuição é emitir passaportes diplomáticos.

Fruto deste acordo, o PT comandou no primeiro ano de governo as Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Finanças e Tributação (CFT), as duas mais importantes da Câmara, mas o orçamento ficou nas mãos de União Brasil e PL — o que levou a perda de influência do Executivo sobre seus próprios gastos e um volume recorde de R$ 53 bilhões em emendas parlamentares.

Além disso, neste segundo ano, os petistas não terão direito a presidir a CCJ, pelo acordo de rodízio acertado por Lira para sua reeleição. O PL pleiteia a vaga para a deputada Caroline de Toni (SC), mas o PT prefere que União Brasil ou MDB fiquem com o cargo e indiquem alguém mais alinhado ao Executivo. A negociação deve se arrastar até março.

Segundo apurou o Valor, deputados da base e até da oposição também procuraram Oliveira com o discurso de que é preciso mudar a condução dos trabalhos na Câmara, que concentrou muito poder nos líderes partidários. Os acordos sobre os projetos são acertados em reuniões fechadas na casa do presidente da Câmara e os demais deputados quase não conseguem debatê-los e modificá-los no plenário.

O movimento de Eunício tem dois complicadores. O MDB já tem um possível candidato, o líder da bancada, Isnaldo Bulhões, e outra parte dos governistas nutre simpatia pela candidatura de Antonio Brito (PSD). Além disso, a ordem no Palácio do Planalto é não se envolver na eleição da Câmara por entender que, mesmo com uma relação tensa, o acordo com Lira foi importante para dar governabilidade em meio a um Congresso com viés de direita.

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