sábado 23 de novembro de 2024
PT de SP sofre com dívidas — Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação
Home / NOTÍCIAS / Ministério nega pedido do PT de concessão pública para operar canal aberto de rádio e TV
sábado 3 de fevereiro de 2024 às 07:57h

Ministério nega pedido do PT de concessão pública para operar canal aberto de rádio e TV

NOTÍCIAS


O Ministério das Comunicações negou um pedido apresentado pelo Partido dos Trabalhadores para ter um canal de TV aberta e emissora de rádio próprios.

O pedido foi apresentado em junho do ano passado e estava sob análise do ministério desde então. No último dia 26, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a decisão negando segundo reportagem de Marcelo Parreira e Vinícius Cassela, do portal g1, o requerimento feito pelo partido.

No pedido, o PT argumentava que “um canal de comunicação próprio possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar, adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária”.

O partido também mencionava a existência de 49 canais vagos e afirmava não haver restrição legal que impedisse um partido político de operar concessões públicas de rádio e TV.

Parecer técnico

Em nota que baseou a decisão, o diretor do Departamento de Inovação, Regulamentação e Fiscalização do ministério, Tawfic Awwad, afirmou que “não há partidos políticos detentores de outorgas de rádio e TV, o que dá ao presente requerimento contornos singulares.”

O documento afirma que há três modalidades possíveis de outorga: comercial, educativa e comunitária — esta última apenas sonora.

Para a outorga comercial seria necessário haver uma licitação mas, diz a nota, “não há, no âmbito do Departamento de Radiodifusão Privada, qualquer processo de licitatório com prazo para habilitação aberto, de modo que seria impossível, portanto, o deferimento do pedido”. Também seria necessário realizar um processo seletivo público nos dois outros tipos de radiodifusão.

Ainda segundo o parecer, a legislação é específica sobre quem pode operar concessões públicas e não inclui partidos políticos.

No caso de radiodifusão privada, diz a nota, a lei “traz em seu conteúdo uma relação taxativa de pessoas jurídicas de Direito público e privado que estão autorizadas a prestar serviços de radiodifusão privada. Nesse contexto, ainda que se trate de pessoa jurídica de direito privado, partidos políticos não estão incluídos no rol ali elencado, o que, também, impediria a entidade de lograr êxito em seu pedido.”

Ainda segundo o parecer técnico, partidos também não estariam entre os que podem realizar radiodifusão educativa e, no caso da comunitária, a legislação “deixa claro que o referido serviço só pode ser executado por fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos.”

“Além disso”, continua o texto, “é expressamente vedado que a entidade prestadora do serviço (…) se subordine ou se sujeite à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações político-partidários.”

Em nota, enviada na noite desta sexta-feira (2), o Ministério das Comunicações confirmou que indeferiu o pedido com base na legislação brasileira que “não permite que partidos políticos possuam concessão pública de canais de televisão e rádio”.

“O parecer 459/2023 da Consultoria Jurídica (Conjur) — órgão técnico vinculado à Advocacia-Geral da União (AGU) — atesta que as siglas não estão entre as pessoas jurídicas de direito público e privado que estão autorizadas a prestar serviços de radiodifusão privada”, diz o texto.

Canal por satélite

Em agosto, o PT lançou um canal de TV transmitido via satélite. Neste caso não é necessária concessão pública. Segundo o partido, o espaço e a inserção do canal no satélite da transmissão foram alugados, com um custo mensal de R$ 35 mil.

À época, o secretário de Comunicação do partido, Jilmar Tatto, atribuiu o projeto a um “processo de expansão” da presença da legenda em meios de comunicação.

Veja também

Justiça determina penhora de apartamento de luxo de Collor em Alagoas

Uma cobertura duplex, que pertence ao ex-senador Fernando Collor de Mello, foi penhora a pedido …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!