Ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) durante todo o governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno nega ter participação no uso do First Mile, ferramenta empregada para espionar autoridades. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), na época, era subordinada à pasta que o general comandava.
“Não tenho nada a declarar. O que eu tinha para declarar eu já declarei em duas CPI’s que eu já respondi. Não vou ficar alimentando isso daí porque não tenho participação nenhuma”.
O blog da Andréia Sadi, conversou com Heleno na última quinta-feira, quando a Polícia Federal (PF) realizou buscas nos endereços ligados a Ramagem. Na ocasião, o ex-ministro disse que não havia motivos para a PF intimá-lo a depor porque ele já havia prestado esclarecimentos à CPMI do 8 de janeiro e ao colegiado homônimo na Câmara Legislativa do DF.
“A PF já tem essas declarações. Não tem por que”.
Contudo, o blog da Andréia Sadi, informa que consultou as notas taquigráficas das duas comissões e não há nenhuma declaração de Heleno sobre a Abin paralela.
Em um trecho na CPMI no Congresso, ele afirma nunca ter pedido a Ramagem nada com interesse político. Em outro, elogia o então diretor-geral da Abin e, em uma crítica à conduta do general Gonçalves Dias no 8 de janeiro, destaca como funcionava a relação entre os dois.
“Eu tive, durante o meu mandato, dois Diretores da Abin da melhor qualidade, o Dr. Ramagem, que hoje é Deputado Federal, e depois o Dr. Victor, que é muito bom e que ficou interino durante um certo tempo, porque o Diretor, durante o tempo dele… Porque o Diretor da Abin precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, então, o Victor ficou na situação de interino, é da melhor qualidade. E é lógico que se chegar… E eles me traziam as informações que eram importantes, que me interessavam. É lógico que, se chegasse uma informação desse tipo, tinha que ter alguma atitude, não há como não ter atitude”, disse no depoimento.