Após a Operação Vigilância Aproximada da Polícia Federal (PF), o Governo Federal brincou discretamente nas redes sociais nesta segunda-feira (29) com a situação, dando indiretas para os alvos da ação. Até o momento, o filho do ex-presidente e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), e o ex-diretor da Abin no período, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Em publicação no X, antigo Twitter, o governo compartilhou uma imagem de uma mão batendo em uma porta, fazendo uma possível referência à busca e apreensão da Operação, mas citou outra problemática.
“Quando os agentes comunitários de saúde baterem à sua porta, não tenha medo, apenas receba-os. Com o aumento no números de casos de dengue no país, o trabalho dos agentes comunitários de saúde é essencial para a prevenção da doença.”
Logo em baixo, em outro post, o perfil do governo publicou: “Preste atenção na identificação e nas credenciais. Os agentes de saúde devem apresentar crachá com foto, nome completo, cargo, número de registro da prefeitura e brasão do município, camiseta ou colete com a inscrição “Agente Comunitário de Saúde” e brasão municipal.”
A comparação indiscreta foi notada por internautas, que brincaram com a situação nos comentários. “Eu amo um deboche! Hahahahaha o difícil para o agente é quando ela/ele chega a pé e o “contribuinte” resolve dar um rolê de barco!”, escreveu um.
“Sugestiva essa publicação na data de hoje”, disse em um comentário. “Genial e oportuna essa propaganda, justo hj!”, comentou um perfil.
✊✊✊ Quando os agentes comunitários de saúde baterem à sua porta, não tenha medo, apenas receba-os. 😉
Com o aumento no números de casos de dengue no país, o trabalho dos agentes comunitários de saúde é essencial para a prevenção da doença. pic.twitter.com/GJtjO0zpZe
— Governo do Brasil (@govbr) January 29, 2024
Na última quinta (25) a Polícia Federal (PF) iniciou a operação com mandados de buscas e apreensão para aprofundar a investigação sobre o uso de um programa espião comprado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O primeiro alvo anunciado foi Ramagem.
Nesta segunda, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, foi anunciado como mira da PF. As buscas foram feitas em uma casa em Angra dos Reis, onde o edil estava com o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro desde o final de semana, e em outros endereços do parlamentar. Eles deixaram o local de barco após as buscas.
Ao total, são 21 mandados de busca e apreensão, que são cumpridos nesta segunda em Brasília, Rio de Janeiro e nas cidades mineiras de Juiz de Fora e São João Del Rei.
O ex-diretor da Abin é investigado por participar de esquema de espionagem para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns.
O programa espião comprado pela agência na época, FirstMile, possibilita monitoramento da localização de pessoas, sem autorização judicial. Setor da Abin que utilizou o software, o Centro de Inteligência Nacional (CIN) foi desmontado durante o governo Lula (PT).