Alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi excluído de grupo da oposição e do PL do Congresso horas após os agentes realizarem busca e apreensão em endereços ligados ao político.
Ramagem foi um dos quatro alvos da corporação em uma ação que investiga se a Agência Brasileira de Informação (Abin), comandada pelo político durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi usada pelo então chefe do Executivo para monitorar a localização de pessoas via celular, através do programa First Mile. Nesta manhã, os agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Ramagem em Brasília, duas cidades no interior de Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
Aliados do político afirmam que o procedimento é praxe quando um parlamentar da oposição é alvo de busca e apreensão. Como os investigadores da PF e o Supremo Tribunal Federal (STF) passam a ter acesso ao celular dos investigados, é uma forma de evitar a exposição de estratégias tecidas pela oposição dentro dos grupos.
O procedimento foi feito também na última semana, quando o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) também foi alvo de busca e apreensão da PF, mas no caso de inquérito que apura possíveis financiadores dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Ele foi reincluído no grupo no dia seguinte na sexta-feira, um dia após a operação.
First Mile
Nesta quinta-feira, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), sete policiais federais e três servidores da Abin foram alvos de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira, contra um suposto monitoramento ilegal feito pelo órgão durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Policiais federais cumprem 21 mandados de busca e apreensão. A decisão que autorizou a operação também determinou medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorrem em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).
Como revelou O Globo em março do ano passado, a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares. Após a reportagem, a Polícia Federal abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro.