Atividades com maior ou baixo nível de escolaridade e tarefas muito repetitivas são as que correm o maior risco
A inteligência artificial vai afetar 60% dos empregos nas economias avançadas, afirmou a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, pouco antes de partir para o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
“As economias avançadas e alguns mercados emergentes verão 60% de seus empregos afetados”, disse em entrevista em Washington, citando um novo relatório do Fundo Monetário Internacional sobre o assunto.
Em dezembro de 2023, o departamento de Educação do Reino Unido publicou um estudo sobre o tema, e relacionou algumas profissões que podem ser afetadas com o avanço das IAs.
Confira:
- Consultores de Gestão e Analistas de Negócios
- Gerentes e diretores financeiros
- Contadores
- Psicólogos
- Gerentes e diretores de compras
- Economistas e estatísticos
- Profissionais de gerenciamento de projetos financeiros e de negócios
- Analistas e consultores financeiros e de investimento
- Profissionais da área jurídica
- Profissionais associados de negócios
Sobre esse tema, a Dinheiro conversou com Victor Rizzo, diretor executivo da INOV.AI, empresa de tecnologia voltada para o desenvolvimento de soluções de inteligência artificial e diretor de inovação da E-xyon, para analisar o cenário do Brasil.
Para ele, inicialmente, as atividades com maior ou baixo nível de escolaridade e tarefas muito repetitivas são as que correm o maior risco de serem substituídas pela IA, onde os humanos serão substituídos pela IA.
“Podemos citar aqui algumas áreas, como a área industrial com a automação de processos de fabricação e robotização, a própria agricultura hoje, onde o Brasil é exemplo de modernização, especialmente na agricultura de larga escala, que é muito sofisticada e automatizada, utilizando sistemas de ar para plantio e colheita”, avalia.
Áreas do varejo também serão afetadas, assim como o atendimento remoto de clientes, seja via celular ou internet. “Já estamos vendo os seres humanos sendo substituídos em larga escala por algoritmos”, acrescenta.
“O design e estilismo também estão sendo afetados com o advento do ChatGPT, permitindo criar imagens e peças artísticas de forma fácil e rápida. Até mesmo a área de aplicações na bolsa de valores já substituiu, há algum tempo, os seres humanos pelos chamados algo tradings, algoritmos que analisam tendências e valores das aplicações, realizando compras e vendas de forma automática”, reforça Rizzo.