Enquanto o Equador vive uma onda de violência, o embaixador brasileiro em Quito, Pompeu Andreucci Neto, goza de um período de férias. Até agora, segundo o colunista Lauro Jardim, do O Globo, não fez qualquer contato com a representação na capital equatoriana, ao contrário do exemplo recente dado por colegas de carreira.
Também de férias quando eclodiu o conflito entre Israel e Hamas, os embaixadores Frederico Duque Estrada Meyer e Alessandro Candeas regressaram a seus postos e assumiram as rédeas. Ou seja, obviamente Pompeu não poderia prever o os conflitos que explodiram a partir de ontem, mas deveria imediatamente, mesmo de longe, ter tomado pé da situação.
Com outras baixas, a embaixada no Equador tem hoje apenas dois diplomatas para lidar com a crise — o que envolve auxílio aos brasileiros no país e o monitoramento da situação política. A embaixada também mantém contato com a família de Thiago Allan Freitas, sequestrado em Guayaquil.
Indicado por Jair Bolsonaro (PL), Pompeu coleciona um histórico de polêmicas. Quando lotado em Madri, respondeu a uma sindicância por assédio moral e por orientar subordinados a mentir em expediente oficial. Ele chegou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a mudar o comportamento.
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Em meio à pandemia, o embaixador também rebateu um editorial do jornal “El País” que criticava a condução da crise sanitária no Brasil. Em carta, atribuiu ao periódico adjetivos e substantivos como “imperialismo” e “arrogância obscurantista” e “vocação neocolonialista”.
A propósito, Pompeu foi chefe do cerimonial do Planalto na gestão de Michel Temer.