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Ano novo, velhas tensões, escreve em seu artigo Pedro Figueiredo, repórter da GloboNews no Congresso Nacional. A relação entre Arthur Lira (PP-AL) e o Planalto voltou a ficar difícil, diz Figueredo. O governo do presidente Lula da Silva (PT) não gostou de dois gestos do presidente da Câmara na última semana.
Um deles foi ter recebido Jair Bolsonaro (PL) em casa na semana passada. O ex-presidente passava férias em Alagoas e aproveitou para visitar o presidente da Câmara. Bolsonaro tirou fotos com moradores da região e com a presidente da Câmara de Vereadores de Retiro, cidade que fica a 25 minutos de Barra de São Miguel, onde Lira tem uma casa de praia.
A assessoria de Lira confirma que o encontro ocorreu. E afirma que durou menos de uma hora. Segundo a assessoria, Bolsonaro estava a caminho do aeroporto e pediu um encontro com Lira que o recebeu por ser ex-presidente da República.
Outro motivo de estresse na relação foi a ausência do presidente da Câmara no ato pela democracia na segunda (8). Lira estava confirmado e deixou de ir de última hora, alegando problemas de saúde da família. A avaliação de interlocutores do Planalto é de que esse não teria sido o único motivo e que o presidente da Câmara quis se distanciar de um governo do qual faz parte.
Em novembro, Lira conseguiu indicar um aliado para assumir a Caixa Econômica Federal, vista como mais estratégica e interessante do que muitos ministérios. E o partido dele ocupa o Ministério do Esporte, com André Fufuca, que era líder do PP na Câmara.
O Planalto tem avaliado que nada é suficiente para agradar Lira. E que o tensionamento das relações é estratégico, para conseguir pressionar o governo.
