As negociações sobre o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul “devem ser concluídas rapidamente”, avaliaram o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente argentino, Javier Milei, durante uma conversa por telefone, segundo um comunicado do governo alemão.
Assinado em 2019, após vinte anos de complexas negociações, o acordo de livre-comércio entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) e a União Europeia jamais foi finalizado, por causa, principalmente, das reticências sobre a política ambiental do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.
O tom mudou favoravelmente após a volta de Luiz Inácio Lula à Presidência, que prometeu combater o desmatamento, embora novas condições apresentadas pela UE sobre questões ambientais tenham gerado divergências.
Em um breve comunicado divulgado na tarde desta terça-feira (9), o governo alemão informou sobre um telefonema entre Scholz e o novo mandatário argentino, o ultraliberal Javier Milei.
“Eles conversaram sobre assuntos bilaterais e multilaterais, mas também sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia”, reportou o governo alemão.
“Eles concordaram sobre o fato de que as negociações sobre o tratado de livre-comércio devem ser concluídas rapidamente”, acrescentou.
Em 7 de dezembro de 2023, durante uma cúpula de chefes de Estado do Mercosul no Rio de Janeiro, o bloco sul-americano e a União Europeia disseram que desejavam concluir “rapidamente” o acordo comercial bilateral.
Anfitrião do encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejava fechar esse acordo antes que o Brasil transmitisse a presidência rotativa do Mercosul ao Paraguai.
Inicialmente, Brasília esperava anunciar um desfecho em virtude do encontro, mas as discordâncias persistiram e o acordo acabou não sendo finalizado.
Outro fator que contribuiu fortemente para atrasar o término das negociações foi a eleição, na Argentina, de Javier Milei, que não tinha tomado posse ainda.
A Alemanha é um dos maiores defensores desse acordo de livre comércio dentro da União Europeia, já que o tratado é considerado indispensável para o seu poderoso setor industrial.