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“A festa religiosa do Senhor Bonfim é um acontecimento especial de nossa cidade, que se veste de branco, e nesse dia renovamos a fé, agradecemos por tudo conquistado e pedimos paz e proteção”, afirma o presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz (PSDB), que mais uma vez marcará presença na celebração, nesta próxima quinta-feira (11).
Mantendo a tradição da participação da Câmara nos eventos culturais e religiosos de Salvador, os vereadores identificados com a festa vão participar da cerimônia no adro da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia.
Em seguida, os parlamentares acompanham o cortejo popular, numa caminhada de 8 km pelas ruas da Cidade Baixa à Colina Sagrada do Bonfim, onde ocorrerá a lavagem das escadarias da igreja. Conforme a programação oficial, o jubileu de 270 anos da inauguração da Igreja do Bonfim será bastante ressaltado.
Tema
De acordo com informações da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, o tema deste ano será: “Com Jesus, o amado Senhor do Bonfim, aprendemos a caminhar juntos como irmãos”. A tradicional Lavagem do Bonfim é uma das mais importantes datas do calendário de festas populares de Salvador. Neste dia, as pessoas – baianos e turistas – saem em caminhada da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até a Basílica do Bonfim.
Há 279 anos (os festejos começaram nove anos antes da fundação da igreja), as homenagens ao Senhor do Bonfim marcam o calendário de festas populares da capital baiana. A lavagem, que reúne milhares de fiéis, começa em frente à Igreja da Conceição da Praia, onde acontece um Culto Ecumênico. Depois, tem início uma caminhada de 8 km até a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, na Colina Sagrada. A praça em frente ao Bonfim fica tomada de gente e barraquinhas de bebidas e comida.
Vários cortejos fazem o trajeto, inclusive as baianas que ao chegarem lavam a escadaria da igreja. Também é grande a quantidade de pessoas que se revezam no gradil da igreja para amarrarem suas fitinhas e fazerem seus pedidos. No final do dia, é comum grupos de amigos voltarem em festas dentro de barcos, escunas e lanchas pela Baía de Todos-os-Santos.
Três dias após a lavagem, no dia 14 de janeiro, acontece o encerramento da programação religiosa do Bonfim com celebrações na Basílica do Bonfim.
História
A Lavagem do Bonfim é o maior evento popular de Salvador antes do Carnaval. Conforme a Fundação Gregório de Mattos (FGM), organizadora da festa, a construção do santuário de peregrinação teve início no século XVIII com a vinda para a Bahia do capitão de mar e guerra Theodósio de Faria.
O capitão português trouxe de Lisboa uma imagem semelhante à venerada na cidade de Setúbal, como agradecimento por haver sobrevivido a uma tempestade em alto-mar, tendo prometido construir uma igreja no ponto mais alto que avistasse, de onde pudesse acompanhar a entrada da Baía de Todos os Santos.
A Basílica Santuário Nosso Senhor do Bonfim, de 1754, é o principal símbolo do sincretismo religioso da Bahia. A lavagem só teve início em 1773, quando os escravizados foram obrigados a lavar a igreja para a festa do Senhor do Bonfim que era realizada desde 1745 na igreja da Penha. Os adeptos do candomblé adotaram a lavagem como parte da cerimônia das Águas de Oxalá.
O ritual foi proibido pela igreja no interior do templo e a lavagem, com o banho de água de cheiro, foi transferida para as escadarias e o adro.
